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segunda-feira, 19 agosto 2019 06:32

Insurgência em Cabo Delgado: Filipe Nyusi aponta Beira como bastião de alguns financiadores

O grupo de insurgentes que aterroriza a população dos distritos da zona norte da província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, não pára de causar mais mortes, entre civis e militares. De acordo com as nossas fontes, no passado sábado (10 de Agosto), matou nove militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS), em Mocímboa da Praia.

 

Segundo nos foi revelado, tudo começou quando os militares das FDS decidiram atacar uma das bases logísticas dos insurgentes, sediada numa zona complicada. A área é composta por colinas e florestas e, na sua incursão, as FDS foram recebidas com ʺrajadasʺ de balas, numa acção que não permitiu a recuperação dos corpos dos nove militares.

 

Sete dias depois, isto no dia 17 de Agosto (último sábado), de acordo com as fontes e relatos da população na aldeia de Milamba, em Quiterajo, no distrito de Macomia, quatro pescadores foram surpreendidos pelos insurgentes, quando regressavam de mais uma actividade pesqueira. Segundo narraram as mesmas fontes, três foram decapitados e um escapou das mãos dos insurgentes.

 

Na mesma aldeia e no mesmo dia, registou-se ainda mais um ataque, no qual sete civis foram surpreendidos pelos insurgentes, quando saíam de Quiterajo (onde estavam refugiados) para Milamba. As fontes contam que o grupo trajava uniforme das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

 

Outra acção assassina dos insurgentes aconteceu em Ilala, onde um cidadão de nome Mussá foi também surpreendido, juntamente com o amigo, pelo grupo insurgente quando voltava da sua machamba. O amigo conseguiu escapar dos insurgentes e, à “Carta”, conta que o amigo foi decapitado e, posteriormente, decepados os órgãos genitais, que se acredita se destinam ao tráfico ou a acções supersticiosas. Aliás, a última acusação do Ministério Público, submetida ao Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado, integra três curandeiros dos distritos de Nangade, Macomia e Mecúfi.

 

Nyusi aponta Beira como “bastião” do financiamento da insurgência

 

No entanto, na semana passada, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse estar na posse de informações que dão conta de existirem, na segunda maior cidade do país, Beira, cidadãos moçambicanos e residentes que estão a financiar o grupo insurgente, que actua nos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia, Palma, Mecúfi, Muidumbe, Nangade e Quissanga, na província de Cabo Delgado.

 

Nyusi fez estas declarações durante o IV Encontro Nacional da Juventude, que decorreu na cidade da Matola, província de Maputo. Trata-se de um novo dado partilhado, publicamente. (Omardine Omar e Paula Mawar)

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