Fulgence Kayishema foi preso na quarta-feira (24) em Paarl, uma pequena cidade na região vinícola a cerca de 30 milhas a leste da Cidade do Cabo. Ele é suspeito de orquestrar a morte de mais de 2.000 pessoas, informou esta quinta-feira (25) um tribunal especial criado pelas Nações Unidas.
De acordo com o Mecanismo Residual Internacional para Tribunais Criminais (IRMCT), Fulgence Kayishema foi capturado numa operação conjunta da equipa de rastreamento de fugitivos do tribunal e autoridades sul-africanas. Mais de 800.000 pessoas foram mortas no genocídio do Ruanda, que ocorreu ao longo de três meses em 1994, quando os hutus se voltaram contra a minoria tutsi, massacrando-os, bem como os hutus moderados que tentaram protegê-los.
Kayishema foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional da ONU para Ruanda em 2001 e acusado de genocídio, cumplicidade em genocídio, conspiração para cometer genocídio e crimes contra a humanidade por assassinatos e outros crimes. Ele estava foragido desde 2001, disse o tribunal. O tribunal disse que ele teria organizado o assassinato de mais de 2.000 refugiados da etnia tutsi - homens, mulheres e crianças numa igreja católica durante o genocídio.
"Fulgence Kayishema foi fugitivo por mais de 20 anos. A sua prisão garante que ele finalmente enfrente a justiça pelos seus supostos crimes", disse o promotor-chefe do IRMCT, Serge Brammertz, em comunicado. (Africanews)