O CPMO (Comité de Política Monetári) do Banco de Moçambique (BM) decidiu aumentar os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 28,0% para 39,0%, e em moeda estrangeira de 28,5% para 39,5%, visando absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária.
O anúncio foi feito na tarde de hoje, quarta-feira, 31 de Maio.
Ou seja, por cada 1 Metical depositado na banca, os bancos comerciais deverão guardar 40 centavos no Banco Central. Zandamela alega que quer evitar a pressão inflacionária.
Mas ao incidir apenas sobre as reservas obrigatórias, deixando a taxa de juro de referência (MIMO) estável, ele apenas está a visar os depósitos e não o dinheiro em circulação.
Para conter, de facto, a inflação, o BM devia atacar também a taxa de juro, comentou um economista consultado pelo nosso jornal.
A medida já está a gerar um burburinho estrondoso nas “board rooms” da banca local. Muito investiram recentemente na captação de depósitos e apanham agora como uma medida que coloca uma percentagem considerável desses depósitos retido, sem movimento.
A mensagem que o BM está a passar aos bancos comerciais é está: não vão buscar dinheiro à economia e nao deem crédito.
“É uma medida com um impacto gigantesco sobre as nossas operações”, disse um baqueiro, sob anonimato.
Poucos minutos depois de anunciar a manutenção da principal taxa de juro (a taxa MIMO) e a controversa medida do agravamento das reservas obrigatórias, o BM anunciou que deixa de financiar a importação de combustíveis em Moçambique, empurrando as gasolineiras para uma dependência exclusiva da banca comercias, em termos de divisas.
Ou seja, é provável que nos próximos meses a quantidade de combustíveis importado reduza em função de uma disposição limitada da banca em emitir garantias bancárias para os importadores. (MM)