Pelo quarto mês consecutivo, o crédito às famílias e ao sector produtivo continua caro na banca comercial nacional. Em causa está o facto de a taxa única de referência do sistema financeiro moçambicano para as operações de crédito de taxa de juro variável (`Prime Rate´), a vigorar em Fevereiro corrente continuar em 18%, desde o mês de Outubro passado, anunciaram semana finda, o Banco de Moçambique e a Associação Moçambicana de Bancos responsáveis pela fixação da taxa.
A `Prime Rate´ mantem-se pelo facto de os elementos considerados no cálculo da taxa continuarem, igualmente, inalterados desde Outubro passado. Dos vários, destaca-se a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO), que o Banco de Moçambique decidiu manter em 12,75%, devido ao agravamento da instabilidade militar nas zonas norte e centro do país e a ocorrência de choques climatéricos e, a nível externo, pela intensificação da tensão comercial e geopolítica.
Enquanto, esses riscos ao sistema financeiro se mantêm, o crédito ao sector empresarial e ao público em geral continua por consequência caro.
A `Prime Rate´ aplica-se às operações de crédito contratualizadas (novas, renovações e renegociações) entre as Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (ICSF), com os seus clientes, acrescida de uma margem (`spread´), mediante a análise de risco de cada categoria de crédito ou operação em concreto.
No crédito a particulares e, consoante os `spreads´ de 17 ICSF que anexas ao comunicado, a margem varia de nulo a 6%. Ainda a particulares, a margem para o crédito de consumo varia de nulo a 42.00%.
Quanto ao crédito às empresas, a margem parte de 0.00% aos 24.00% para empréstimos até um ano, ou variar entre 1.00 % a 24.00 % para prazos maiores. De acordo ainda com o comunicado, os `spreads´ das 17 ICSF em operações de `leasing´ mobiliário e imobiliário, as margens partem de nulo a 7.75 %. (Evaristo Chilingue)