O presidente da FME chamou a atenção para o facto de as 700 empresas em situação de falência que mencionou representarem cerca de 90% das construtoras civis registadas em Moçambique. “São salários em atrasos, impostos não pagos, pagamentos em atraso da dívida do Governo e uma série de dívidas que irão precipitar a falência das construtoras nacionais, bem como a falta de obras adjudicadas”, apontou o presidente da FME. A dívida do Governo com as empreiteiras foi contraída ao longo da última década, resultado das obras executadas a favor do Estado no período compreendido entre 2009 e o primeiro semestre de 2018.
Neste momento, a preocupação das construtoras prende-se com o facto de uma parte considerável desta dívida não ter recebido ainda o visto do Tribunal Administrativo, “o que significa que o Estado não assumiu essa dívida.” Referindo-se à concorrência de empresas na China nas obras públicas, Manuel Pereira disse ao jornal defender a criação de uma disposição legal obrigando essas construtoras a estabelecerem parcerias com as congéneres de Moçambique. “Os conhecimentos de engenharia civil detido pelas empresas chinesas acabam por não ser transmitidos às moçambicanas por falta de partilha nas obras, pelo que o governo devia aprovar mecanismos legais nesse sentido”, sublinhou o presidente da FME. (Carta)