A empresa sul-africana Tongaat Hulett necessitou de 500 milhões de Rands para reerguer as Açucareiras de Moçambique (vulgarmente conhecida por Mafambisse), na província de Sofala, e de Xinavane, no distrito da Manhiça, na província de Maputo. A informação tornou-se pública esta terça-feira (17), em Xinavane, através do Director-geral da companhia em Moçambique, Tendai Masau.
Falando à margem da visita da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) à Açucareira de Xinavane, que visava aferir o actual estágio operativo da companhia em Moçambique, Masau negou que as açucareiras irão fechar, pois, de fundos próprios, a Tongaat Hulett financiou-se para mantê-las em funcionamento.
Informações veiculadas, em finais do ano passado, apontavam que a Tongaat Hulett, principal investidor das açucareiras, pretendia abandonar os empreendimentos por se terem tornado inviáveis.
“As duas açucareiras não vão fechar. A partir do dia 07 de Abril, as fábricas vão arrancar as actividades para produzir 213 mil toneladas de açúcar, dos quais 175 mil toneladas pela açucareira de Xinavane e 38 toneladas pela indústria de Mafambisse”, afirmou o Director-geral da Tongaat Hulett, em Moçambique.
Para permitir o arranque das actividades das duas indústrias, Masau explicou que a companhia recorreu a fundos próprios. “Não há novos investidores que vieram para Tongaat Hulett. É a própria empresa que decidiu continuar e fazer novos investimentos. Queremos crescer e aumentar a nossa produção. Para reestruturar as indústrias necessitamos de 500 milhões de Rands”, acrescentou a fonte.
A Tongaat Hulett detém 85% da Açucareira de Mafambisse e o Estado controla 15%, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE). Em Xinavane, o grupo sul-africano controla 88%, enquanto o Estado moçambicano detém 12%.
Das duas indústrias, a Açucareira de Xinavane é a maior produtora de açúcar no país, com capacidade instalada de produzir 250 mil toneladas por ano. Dados facultados pelo gestor da Tongaat Hulett, em Moçambique, a companhia emprega, no país, 6 mil produtores de cana sacarina, cultivado em 18 mil hectares. (Evaristo Chilingue)