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segunda-feira, 23 novembro 2020 07:02

CMH volta a reportar baixos volumes de venda de gás natural

A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), uma sociedade controlada pela Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e parceira moçambicana no Consórcio Joint Operation (JO), do Projecto de Gás Natural de Pande e Temane, em Inhambane, voltou, este ano, a reportar baixos volumes de comercialização daquele recurso, em comparação com o ano anterior. Em causa, a empresa aponta a crise pandémica que desvalorizou o preço do produto.

 

Em Relatório e Contas referente ao ano fiscal da CMH, findo a 30 de Junho de 2020, consta que a empresa vendeu para diferentes clientes, desde internos até de fora do país, 176.19 Milhões de Giga Joules (MGJ), em 2020, contra 179.58 MGJ vendidos, em 2019, volume que também é inferior a 182.62 MGJ, comercializado em 2018.

 

Como consequência desse facto, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da CMH reporta, no relatório, um prejuízo nos seus lucros na ordem de 34%. “A redução do volume de vendas e dos preços foi agravada pela pandemia da Covid-19, tendo o Brent, no mercado internacional, atingido preços negativos, no último trimestre do ano”, justifica Jahir Adamo.

 

Durante o último ano económico, a CMH reportou um total do rendimento integral de 24.7 milhões de USD, o que representou uma redução de cerca de 34% em comparação com os resultados do exercício de 2019, em que embolsou 38 milhões de USD, justificado pelo aumento dos preços dos petróleos no mercado internacional.

 

Mesmo com o fraco desempenho, o PCA da CMH destaca que os accionistas da empresa receberam mais dividendos, no montante de 40 milhões de USD, contra 9 milhões de USD pagos no exercício anterior, devido ao reembolso, na íntegra, dos empréstimos com credores, em Dezembro de 2019, o que contribuiu com a disponibilidade de caixa para os accionistas.

 

“Continuamos comprometidos em pagar níveis satisfatórios de dividendos aos nossos accionistas, apesar de a empresa ter muitos desafios técnicos e operacionais em termos de investimento em novos furos para sustentar o plateau e restaurar os furos de produção, que têm registado problemas de integridade, a fim de manter a actual capacidade de produção de gás, para satisfazer os contratos assinados”, destacou Adamo.

 

Durante o exercício económico de 2020, a CMH pagou, a título de impostos e contribuições fiscais, um montante total de 24.8 milhões de USD, ao Estado, dos quais 90% representam Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC), 9% dos Impostos sobre Rendimentos de Pessoas Singulares (IRPS) e 1% das contribuições destinadas à segurança social (INSS).

 

Em relação aos empréstimos, durante 2020, a companhia diz ter liquidado, na totalidade, 4.7 milhões de USD que era o montante em dívida do total do empréstimo à Agência Francesa de Desenvolvimento e ao Banco de Desenvolvimento da África Austral.

 

“As nossas acções no mercado de valores mobiliários – Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) – continuaram a ser transaccionadas. Durante este ano financeiro, verificou-se uma variação do valor da acção da CMH de 1.200 para 2.750 Meticais. Apesar dessas variações do valor da acção, essa cotação ainda não reflecte o aumento do valor da empresa”, sublinhou Adamo.

 

Na totalidade, os activos da CMH foram avaliados, até Junho último, em 354 milhões de USD, uma redução, quando comparadas com o total de 396.3 milhões de USD de 2019. O passivo total da companhia desceu de 161 milhões de USD, em 2019, para 143.4 milhões de USD, em 2020. O capital próprio da CMH também verificou uma redução, ao passar de 235 milhões de USD, em 2019, para 210 milhões de USD, em 2020.

 

Perante esse balaço, a administração da CHM e a KPMG (que auditou as contas) não têm dúvidas de que a companhia irá continuar as suas operações durante o próximo ano económico. (Evaristo Chilingue)

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