O regulador do sistema financeiro nacional, o Banco de Moçambique, poderá não baixar nem aumentar as taxas de juro de referência até ao próximo ano. Em causa está o facto de o Banco de Moçambique e a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) terem mantido a taxa única de referência para as operações de crédito de taxa de juro variável (ou Prime Rate), cuja variação positiva ou negativa contribui bastante para a redução ou aumento das taxas de juro de referência.
A informação sobre a manutenção da Prime Rate em 15,90% pelo quinto mês consecutivo (ou seja, desde Julho último) foi partilhada esta segunda-feira (30 de Novembro), pelo Banco de Moçambique.
Aliado àquele factor está o facto de os ataques no centro do país e na província de Cabo Delgado continuarem a matar, destruir e criar deslocados, factores não propícios para novos investimentos e para um bom ambiente de negócios.
Além disso, os impactos nefastos da crise mundial provocada pela pandemia da Covid-19 continuam a se fazer sentir na economia nacional.
Diante dessas realidades, que criam incertezas sobre o futuro, o Banco Central poderá na última reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) de 2020, a acontecer no próximo dia 11 de Dezembro corrente, manter as taxas de juro de referência e, assim, transitarem intactas para 2021.
A efectivar-se esse prognóstico, a taxa de juro de Política Monetária (vulgo taxa MIMO), irá continuar inalterada em 10.25%, a Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 13.25% e a taxa de Facilidade Permanente de Depósito (FPD) em 7.25%. (Evaristo Chilingue)