Os volumes manuseados pelo Porto de Maputo, em 2020, decresceram 13% em comparação a 2019, informou semana finda, em comunicado de imprensa, a empresa que gere a infra-estrutura, a Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC).
Em termos de números absolutos, a companhia relata ter manuseado 18.3 milhões de toneladas contra as 21 milhões de toneladas no ano anterior, o que corresponde a uma redução de 13%.
“Esta redução é atribuída, principalmente, aos efeitos da pandemia da Covid-19 e às medidas tomadas para conter a sua propagação, nomeadamente, o encerramento de fronteiras e o lockdown sul-africano entre Março e Abril de 2020 e as restrições no funcionamento da fronteira que se sentiram durante todo o ano”, fundamenta a empresa em comunicado.
Por outro lado, a nossa fonte refere que o volume ferroviário de crómio e ferro-crómio registou um crescimento notável de 33%, quando comparado com 2019. “Com uma tendência crescente nos últimos anos – um reflexo das medidas de eficiência tomadas pelo Porto e pelos operadores ferroviários CFM e Transnet – a pandemia deu um estimulo positivo à migração dos minérios a granel crómio e ferro-crómio da estrada para a ferrovia, sendo que o rácio carga rodoviária versus carga ferroviária cresceu de 20%, em 2019, para 25% do total dos volumes manuseados em 2020”, sublinha a nota.
Apesar do decréscimo nos volumes totais manuseados, a MPDC diz apoiar plenamente as medidas tomadas para conter a pandemia. “Um dos valores principais da nossa empresa é o respeito pela vida humana e acreditamos em cuidar dos nossos trabalhadores e dos nossos compatriotas. A batalha contra a pandemia só pode ser vencida se for uma luta de todos nós”, frisou Osório Lucas, Director-Executivo da MPDC, citado pelo comunicado.
Lucas sublinhou, porém, que apesar da ligeira descida no volume manuseado e das medidas de contingência financeira adoptadas, a MPDC manteve o seu compromisso de investir na expansão e reabilitação da infra-estrutura portuária.
De acordo com a nota, os referidos investimentos foram feitos em 2020 no projecto de reabilitação dos cais, no aprofundamento dos cais até -16 metros, na expansão das bancas para minérios e no aumento da capacidade ferroviária. Todos estes projectos se encontram actualmente em fase de conclusão e serão entregues no segundo semestre de 2021.
“Os desafios impostos pela pandemia também abriram caminho à implementação de soluções de automação para melhorar a gestão de tráfego portuário. Aplicativos de TI criados internamente, em 2020, permitem agora que o porto tenha visibilidade total do corredor rodoviário, melhorando assim a eficiência na aplicação de meios materiais e humanos”, acrescenta a nossa fonte.
Para 2021, o Porto de Maputo prevê uma recuperação cautelosamente optimista. “Estamos convictos que, apesar de ainda estarmos sob efeito das medidas da pandemia, iremos colher os frutos do nosso investimento na infra-estrutura portuária e em soluções tecnológicas”, concluiu o Director da MPCD, citado pelo comunicado. (Carta)