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sexta-feira, 29 janeiro 2021 08:09

Banco Central mantém alerta de que terrorismo e pandemia continuam a pressionar as contas públicas

A pressão sobre as finanças públicas tende a aumentar, alertou, na última quarta-feira, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, depois da primeira reunião de 2021. O alerta do Banco Central não é novo, mas tem sido recorrente em cada reunião, principalmente, desde o ano passado.

 

Desta vez, a instituição fundamenta o alerta com a rápida propagação da Covid-19, desde o início do ano, o prolongamento dos conflitos militares e a ocorrência de calamidades naturais que vão continuar a exigir um maior esforço financeiro do Estado, aumentando assim as preocupações quanto à postura fiscal em 2021.

 

Devido à pressão, o Banco Central reporta que o Estado tem continuado a endividar-se internamente para fazer face ao défice. “Desde o último CPMO, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou de 182.325 milhões de meticais para 183.819 milhões de meticais”, relata em comunicado de imprensa.

 

Após analisar a actual situação económica e financeira do país, o CPMO constatou que o mercado cambial nacional regista pressão na procura de moeda estrangeira, principalmente o Dólar. “Após encerrar o ano de 2020 com compras líquidas no montante de USD 72,4 milhões, o sistema bancário registou uma pressão cambial no início de 2021, tendo efectuado vendas líquidas no montante de USD 16 milhões”, reporta a instituição no comunicado.

 

Na última reunião, o CPMO constatou também que, durante o período em referência, o Metical continuou a depreciar, reflectindo os elevados riscos e incertezas prevalecentes na economia doméstica e o fortalecimento do dólar norte-americano no mercado internacional. Entretanto, a instituição assegura que o saldo de reservas internacionais brutas incrementou para USD 4.086 milhões até 22 de Janeiro, o que permite cobrir mais de seis meses de importações de bens e serviços.

 

“O CPMO continuará a monitorar a envolvente macroeconómica doméstica e internacional, bem assim os riscos prevalecentes, e não hesitará em tomar medidas correctivas necessárias antes da próxima reunião ordinária agendada para o dia 17 de Março de 2021”, conclui a nota. (Carta)

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