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Economia e Negócios

A incerteza na regulamentação, a corrupção e a transparência, juntamente com a competitividade global do continente africano são os três principais problemas na indústria do petróleo e gás em África, segundo a Africa Oil Week.

 

De acordo com um relatório sobre as Perspectivas de Evolução do Petróleo e Gás em África, lançado por esta consultora especializada em organizar grandes eventos nesta indústria, o continente representa um pouco mais de 7 por cento da exploração de petróleo e gás mundial e, "apesar do optimismo, enfrenta grandes desafios".

 

Para além da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias mundiais, "que está a ter um impacto negativo na economia mundial", a Africa Oil and Week aponta que a produção interna chinesa está a abrandar e, com isso, "a necessidade de importar petróleo e gás de África", um dos tradicionais fornecedores destas matérias-primas ao gigante asiático.

 

"A incerteza regulatória é um grande desafio para África", escrevem os analistas, apontando que "as implicações das mudanças políticas e das tendências financeiras nos actores estatais africanos podem ter efeitos profundos na definição das políticas e da regulamentação".

 

Para além disso, afirmam, "a corrupção e a transparência são um segundo desafio desafiante"; a corrupção "complica e prolonga o investimento e o desenvolvimento do projecto, ao mesmo tempo que aumenta o risco de operar em África para as companhias petrolíferas internacionais".

 

A par das dificuldades tradicionais de investir em África, as regras mais apertadas de combate à corrupção tornaram a transparência e uma 'due dilligence' [informação detalhada sobre o financiamento dos negócios e parceiros comerciais] detalhada essenciais para o sucesso no continente".

 

O terceiro desafio, concluem, está ligado à competitividade global do sector do petróleo e gás africano: "apesar de os preços do petróleo terem subido em 2018 e na primeira metade de 2019, os custos de produção no continente continuaram altos, quando comparados com o Médio Oriente, a Eurasia e a América do Norte", o que torna as operações das petrolíferas ainda menos rentáveis quando o preço do petróleo desce.

 

Ainda assim, o relatório da Africa Oil Week apresenta um tom optimista, salientando que neste e nos próximos anos haverá várias rondas de licitação em vários países, grandes descobertas de petróleo e gás, desenvolvimento de gasodutos e oleodutos transcontinentais, e iniciativas diversas que vão aumentar a transformação do gás em energia e aumentar o potencial refinador do continente.

 

"Os dois maiores produtores de petróleo na África subsaariana - Nigéria e Angola - devem lançar rondas de licitação este ano, e a Guiné Equatorial, Guiné, Uganda, Gabão e República do Congo têm rondas em curso.

 

A próxima conferência organizada pela Africa Oil Week realiza-se na Cidade do Cabo, de 4 a 8 de Novembro, e terá dois dias dedicados a 16 países específicos, entre os quais estão Moçambique e a Guiné Equatorial. (Lusa)

Em concurso público internacional, a empresa estatal Electricidade de Moçambique (EDM) busca entidade para fornecer 300 mil contadores de energia, no âmbito do Projecto Energia para Todos (ProEnergia), financiado pelo Banco Mundial.

 

“A Electricidade de Moçambique (…) solicita ofertas fechadas de concorrentes elegíveis para o fornecimento de 300 mil contadores de energia para o Projecto, divididos em três lotes a distribuir em 16 locais em Moçambique”, lê-se num anúncio da empresa, publicado ontem.

 

No anúncio, a EDM explica que o concurso será por meio dos procedimentos de Concurso Público Internacional conforme especificado nas directrizes do Banco Mundial “Aquisição de Bens, Obras e Serviços que não são de Consultoria sob Empréstimos do BIRD e Créditos e Subsídios do IDA, de Julho de 2016, revisto em Agosto de 2018 (Directrizes de Aquisição) e está aberto a todos os concorrentes elegíveis”, conforme definido nas Directrizes de Licitação.

 

“Os documentos de concurso, em inglês, poderão ser adquiridos por concorrentes (…), mediante pagamento de uma taxa não reembolsável de 100 USD”, conclui a EDM. (Evaristo Chilingue)

Os preços dos combustíveis e outros produtos petrolíferos serão ajustados a partir de amanhã, 22 de Agosto de 2019, tal como informou, na manhã desta quarta-feira, o Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, no Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), Moisés Paulino.

 

Com excepção do gás doméstico (que o preço baixou dois Mts) e Gás Natural Comprimido (que o preço matem), a redução de preço dos restantes combustíveis é de 1 Metical, em média.

 

Assim, segundo Moisés Paulino, com o ajuste, o gasóleo desce dos actuais 64.55 Mts por litro para 63.51 Mts. A gasolina desce de 67.07 Mts por litro para 66.49 Mts. O petróleo de iluminação sai dos actuais 49.08 Mts por litro para 48.44 Mts.

 

O gás doméstico (GPL) desceu dos actuais 63.26 Mts/kg para 61.23 Mts/kg, enquanto o gás natural comprimido (GNV) mantém o preço de 30.35 Mts por litro equivalente.

 

Segundo o director-geral da empresa responsável pela importação de combustíveis, a Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO), João Macanja, a redução deve-se a depreciação do preço de compra dos combustíveis a nível internacional, bem como a estabilidade da taxa de câmbio no mercado interbancário nacional.

 

Quanto ao gás natural comprimido cujo preço mentem, “a justificação é que os custos para sua produção, que é interna, ainda continuam altos”, conforme explicou o Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis.

 

Refira-se que o último ajustamento do preço dos combustíveis e outros produtos petrolíferos foi em Abril passado. (Evaristo Chilingue)

O departamento de estudos económicos do sul-africano Banco Standard prevê que Moçambique aumente o recurso ao endividamento interno para compensar o afastamento dos mercados internacionais e só antevê consolidação orçamental a partir de 2020.

 

"No seguimento do impacto negativo dos ciclones e dada a possibilidade de os custos das eleições de outubro derraparem, só vemos um regresso à consolidação orçamental no próximo ano e, como resultado, o recurso ao endividamento interno deverá continuar a aumentar", escrevem os analistas.

 

No relatório de agosto sobre os mercados financeiros africanos, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, lê-se que "nos  últimos anos, desde a revelação das dívidas ocultas em abril de 2016, o Governo tem controlado o défice orçamental através de um conjunto de medidas que inclui melhoramentos na coleta fiscal e cortes na despesa, incluindo o fim de subsídios".

 

Para os analistas do Standard Bank, o facto de a inflação e a perspetiva de evolução da moeda terem melhorado "pode levar a cortes mais agressivos na taxa de juro", que desceu em agosto para 12,75%. A nível político, o Standard Bank considera que o processo de paz é "irreversível" e afirma que as perspetivas de uma eleição "pacífica" em outubro melhoraram com o acordo de paz assinado entre o Governo e a Renamo, no início deste mês. (Lusa)

O Governo, através da Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos S.A (CMH) e a Sasol, anunciaram ontem, em comunicado de imprensa, o projecto de reparação de emergência do troço de 35 km da EN1, entre Pambara e Mangungumete, na província de Inhambane, avaliado em 5,9 milhões de USD. A EN1 liga o sul do país ao norte e é um elo vital para as operações da Planta Central de Processamento da Sasol e da CMH.

 

O trabalho de construção actualmente em andamento irá reparar a superfície da estrada, que está em condições muito precárias, com a finalidade de melhorar a segurança dos usuários da estrada e das comunidades locais. A estrada é usada para a evacuação do condensado da Sasol e também é usada extensivamente para o transporte de pessoas e mercadorias.

 

Citado pelo comunicado, o Director-geral da Sasol em Moçambique, Ovidio Rodolfo, referiu a propósito: “Garantir a reparação desta secção da EN1 é um imperativo de segurança para os nossos colaboradores, as partes interessadas e as comunidades onde operamos. A Sasol acredita que o projecto de reparação da estrada EN1 irá adicionar um valor significativo às comunidades locais e a todos os utentes da estrada”.

 

“A segurança e a saúde dos nossos colaboradores e dos prestadores de serviços, bem como a protecção do meio ambiente, são imperativos de negócio que exigem o nosso enfoque consistente e implacável. A segurança continua a ser a nossa principal prioridade e um valor fundamental de todos na Sasol. Em tudo o que fazemos, a nossa meta continua a ser “acidente zero” em todas as operações”, sublinhou Rodolfo, citado pela nota.

 

O trabalho de reparação de estradas, explica o comunicado, está em linha com o compromisso do Governo de Moçambique em fornecer uma infra-estrutura rodoviária de alta qualidade que promova o crescimento económico, bem como a coesão e inclusão social.

 

A fonte salienta que a Sasol assinou um Memorando de Entendimento (MdE) com a Agência Nacional de Estradas de Moçambique, Administração Nacional de Estradas (ANE) em Junho do ano passado. Nos termos do Memorando, os trabalhos de reparação de emergência da EN1 serão executados ao abrigo de um contrato a três partes entre a Sasol, como financiador, a China Road and Bridge Company (CRBC), como contratada, e a ANE, como responsável pelo contrato. (Carta)

A inflação média a 12 meses em Moçambique desceu em julho, pela terceira vez consecutiva, caindo desta vez para 3,61%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) consultados hoje pela Lusa. O indicador estava em 4% em maio e 3,83% em junho, registando depois uma redução de 0,22 pontos.
 

A inflação média a 12 meses situa-se hoje em níveis consideravelmente mais baixos que os do passado, depois de uma descida constante desde maio de 2017, altura em que se cifrava em 22,33%. Noutras contas do Índice de Preços no Consumidor (IPC) do INE moçambicano, mostra-se que a inflação homóloga em julho foi de 2,16%.

 

Quanto à variação de preços mensal, houve uma deflação (inflação negativa) de 0,31% de junho para julho. A inflação mensal, em 2018, foi sempre inferior a 1% e também chegou a ser negativa em junho e julho. Os valores do IPC são calculados a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula.

 

A inflação acumulada nos primeiros sete meses de 2019 é de 1,07%. De acordo com o INE moçambicano, a inflação acumulada (anual) em 2018 foi de 3,52%, os mesmos pontos percentuais da inflação homóloga em dezembro do último ano.(Lusa)