Mal refeito do choque causado pela morte do Edmundo Galiza Matos(Pai), ocorrida há sensivelmente um mês e meio, outra voz da Rádio Moçambique deixa de estar entre nós.
Ontem ao entardecer, ligou-me, com uma voz embargada, a Conceição Sueia, locutora da RM, para dar-me conta da morte do João Matola.
Fiquei chocado e inconformado. Nada fazia prever que a gripe de que ele padecia nos últimos cinco dias piorasse e provocasse esta morte fatídica.
Conheci o João Matola em 1990 na Rádio Moçambique. Eu na delegação da Beira da RM e ele na Sede. Em 1992, transfiro-me para Maputo e a minha relação com o Matola cimenta-se. João Matola era um homem de causas e metas bem definidas na vida.
Vai daí que, como corolário das suas lutas, o Matola segue para Lisboa para frequentar um Curso Superior de Jornalismo, na Universidade Nova, de 1995 a 1999.
Durante esse tempo, mantivemos contacto esporádico quando ele viesse ao país de férias.
Já de regresso ao País, o João Matola teve uma passagem fugaz pelos serviços comerciais da Rádio Moçambique. Não era propriamente sua praia e não tardou que fosse nomeado Director Adjunto de Informação, em resultado da experiência que detinha.
Nesta qualidade guardo com nostalgia a cobertura que juntos fizemos da reversão da Barragem de Cahora Bassa para Moçambique. Foram sete dias no Songo, em que juntamos o útil ao agradável. Ao longo do dia estávamos empenhados no trabalho. Ao final do dia, o João, como um bom “marronga”, com passagem pelas escolas portuguesas, actuava como meu enólogo fazendo-me provar desde a Casa de Insua, de casta agradável, e um bom borba, entre outros vinhos Portugueses.
No seu percurso profissional, João Matola exerceu também funções de Director do Centro de Formacao da Rádio Moçambique e Delegado desta estação em Nampula. Foi correspondente durante 5 anos da RDP África em Moçambique. Nessa qualidade, sempre que estivesse indisponível encarregava-me de fazer a vez dele.
Mais tarde passei a ser correspondente efectivo da RP África, uma vez que o Matola, estando a ocupar cargos de gestão, na RM já não tinha disponibilidade para continuar a colaborar na RDP África.
Nos últimos dias trabalhávamos lado a lado na edição de jornais, debates, entre outros gêneros jornalísticos. O Matola vai juntar-se a outros grandes ícones da RM, nomeadamente Emilio Manhique, Edmundo Galiza Matos, Ezequiel Mavota e Noé Massango, entre outros.
Hambanine Brother
(Arão Cuambe, jornalista da RM)
A National Basketball Association (NBA, Associação Nacional de Basquetebol) (www.NBA.com) anunciou hoje que o antigo Presidente Barack Obama se juntou à NBA África (https://on.nba.com/3eZjcuX) como parceiro estratégico.
O Presidente Obama irá ajudar a desenvolver os esforços da responsabilidade social da liga em todo o continente, incluindo programas e parcerias que apoiam uma maior igualdade de género e a inclusão económica. Nesta capacidade, o Presidente Obama irá ter uma participação acionária minoritária no novo empreendimento.
A NBA África realiza os negócios da liga em África, incluindo a Basketball Africa League (BAL, Liga Africana de Basquetebol [LAB]) (www.theBAL.com), a qual realizou a sua temporada inaugural em maio com 12 das principais equipas de 12 países africanos. A NBA África está focada em expandir a presença da NBA em mercados africanos prioritários, aprofundando o envolvimento da liga com jogadores e fãs em todo o continente e em continuar o crescimento do ecossistema do basquetebol africano através de programas como o Jr. NBA, Basketball Without Borders (BWB) Africa e NBA Academy Africa. Adicionalmente, a NBA África lançou diversas iniciativas (https://on.nba.com/2UMLuCp) de responsabilidade social como objetivo de melhorar a subsistência de jovens e de famílias africanas.
“A NBA foi sempre uma ótima embaixadora dos Estados Unidos – usando o jogo para criar ligações mais profundas em todo o mundo e, em África, o basquetebol tem o poder de promover oportunidade, bem-estar, igualdade e empoderamento em todo o continente,” disse o Presidente Barack Obama. “Ao investir em comunidades, promover a igualdade de género e cultivar o amor pelo basquetebol, acredito que a NBA África pode fazer a diferença nas vidas de muitos jovens africanos. Fiquei impressionado com o compromisso da liga para com África, incluindo a liderança demonstrada por muitos jogadores africanos que querem dar de volta aos seus próprios países e comunidades. É por isso que estou orgulhoso em me juntar à equipa da NBA África e anseio por uma parceria que beneficia a juventude de tantos países.”
“Sentimo-nos honrados com o facto de o Presidente Obama se ter tornado um parceiro estratégico da NBA África e vamos apoiar os nossos esforços abrangentes para que o basquetebol cresça no continente,” disse o Comissário da NBA Adam Silver. “Em adição ao seu bem documentado amor pelo basquetebol, o Presidente Obama acredita firmemente no potencial de África e nas enormes oportunidades de crescimento que existem através do desporto. A NBA África irá beneficiar enormemente com o seu envolvimento.”
“Temos planos de crescimento ambiciosos para a NBA África e o facto de o Presidente Obama se unir aos nossos esforços é um reconhecimento de que, através do desporto, África pode ocupar o seu devido lugar no palco mundial,” disse o CEO da NBA África Victor Williams. “Ansiamos por trabalhar com o Presidente Obama e com os nossos investidores estratégicos para usar o basquetebol como um motor de crescimento económico em todo o continente e como uma plataforma para melhorar a saúde e o bem-estar de uma das populações mais jovens e em rápido crescimento do mundo.”
Os investidores estratégicos na NBA África incluem um consórcio liderado por Babatunde “Tunde” Folawiyo, Presidente e CEO do Yinka Folawiyo Group e pela Helios Fairfax Partners Corporation (HFP), liderada pelo coCEO Tope Lawani. Os investidores adicionais da NBA África incluem as lendas da NBA Junior Bridgeman, Luol Deng (Sudão do Sul), Grant Hill, Ian Mahinmi (França; laços com o Benim), Dikembe Mutombo (República Democrática do Congo) e Joakim Noah (laços com os Camarões).
A NBA tem uma história de longas décadas em África e abriu, em 2010, a sua sede africana em Joanesburgo. Desde então que os esforços da liga no continente se focaram em aumentar o acesso ao basquetebol e à NBA através da responsabilidade social, do desenvolvimento local e de elite, distribuição de meios, parcerias corporativas, Jogos NBA de África, o lançamento da LAB e mais.
A temporada inaugural da LAB foi transmitida aos fãs em 215 países e territórios em 15 idiomas. No domingo, 30 de maio, o Zamalek (Egito) derrotou o US Monastir (Tunísia) com 76-63 pontos para ganhar o primeiro campeonato LAB. Os fãs podem seguir em @NBA_Africa e @theBAL no Facebook, Instagram, Twitter e no Youtube. (Carta)
Faleceu na noite de ontem (27), na cidade da Beira, o multifacetado empresário Zaide Aly, vítima da COVID-19. Proprietário de uma das maiores e mais emblemáticas unidades hoteleiras da capital sofalense, o Hotel Moçambique, Aly terá começado a sentir os primeiros sinais da doença há coisa de uma semana, altura em que terá sido infectado. Tanto é, que justamente nesse período, o empresário começou por receber cuidados médicos no seu domicílio.Apesar de já ter tomado as duas doses da vacina contra a COVID-19, o estado de saúde de Aly não melhorou, o que levou a que a sua família decidisse transferi-lo para uma renomada clínica privada – a SorriDente -, local onde viria a perecer na noite de terça-feira.Entretanto, na Beira, muitas informações contraditórias foram circulando nos últimos dois dias. Já na segunda-feira (26) corriam rumores segundo os quais o proprietário e “manager” do Hotel Moçambique teria perdido a vida. Todavia, o seu filho surgiu nas redes sociais a desmentir essa informação.
Menos de 24 horas depois, por volta das 21H00 de ontem, voltou a circular a mesma notícia. E uma vez mais, surgiu o inconformado filho de Zaide Aly a desmentir. Até que, pouco antes da meia-noite, uma nova informação foi posta a circular, dando conta do seu passamento, sendo que, desta feita, não apareceu qualquer nota da família a desmentir o ocorrido.
Aí houve a certeza que, infelizmente, era verdade: Zaide Aly perdera a vida, vítima do Coronavirus. Embora tenha iniciado a sua actividade empresarial na capital do país – de onde é oriundo – foi na cidade de Beira que Aly ganhou maior notoriedade na área, chegando inclusive à presidência da ABC – Associação Comercial da Beira, entre os anos de 2003 e 2009. Por exactos 30 anos (1991 – 2011), Zaide Aly foi o proprietário e gestor do “histórico” Hotel Moçambique.
Porém, para lá dessa que era a sua principal actividade empresarial, o finado esteve também envolvido noutros projectos e negócios, a nível da Província de Sofala, onde também se destacou como político (membro activo do partido Frelimo) – principalmente durante as campanhas eleitorais.
Vale referir, igualmente, que antes de fixar residência na Beira, há 30 anos, Zaide foi durante 11 anos (1978/89) proprietário do conhecido restaurante Taverna D’el Rey, em Maputo.
Também Ele foi um dirigente desportivo de nomeada, no seu clube de coração o GDM – Grupo Desportivo de Maputo. Ali ganhou notoriedade. Juntamente com outro conhecido dirigente “alvi-negro” – Carlos Duarte, também ele já falecido – Aly esteve no epicentro das transferências de Daniel Calton Banze e Ali Hassan, do Desportivo de Maputo para o Sporting CP, em 1988, numa altura de pouco abertura do estado para a “exportação” de atletas para o estrangeiro. Até aí apenas Chiquinho Conde havia “emigrado”, no ano anterior, para o futebol luso (Belenenses).Zaide defendia os interesses do GDM como ninguém. Batia-se até às últimas consequências. Exemplo disso foi em 1989, aquando da polémica transferência do internacional Faustino (lateral-esquerdo) do Águia d´Ouro para o Desportivo de Maputo, numa pendenga que foi parar às instâncias judiciárias. Zaide Aly, claro está, levou a melhor.
Tão ligado estava ao GDM que, mesmo a residir na Beira, o empresário não faltava às grandes reuniões do clube.Foi também do Desportivo que Zaid Aly “levou” Mutuhalibo Mahomed (irmão do técnico Uzaras) – antigo craque e dirigente daquela colectividade – para a cidade da Beira. Sendo um homem de sua confiança, Mutuhalibo esteve como gerente do Hotel Moçambique por mais de 20 anos.Enfim, foi-se mais uma figura da nossa praça, vítima da maldita pandemia. (Homero Lobo)
Cinco países africanos, entre os quais dois vizinhos de Moçambique, foram responsáveis por mais de 80% de infecções quase recordes de Covid-19 no continente. Trata-se da África do Sul, Zâmbia, Namíbia, Uganda e Tunísia. O continente africano já registou mais de 6,1 milhões de casos desde o início da pandemia, mas o pior ainda está por vir.
A demanda do oxigénio também está a subir, enquanto os países enfrentam a sobrecarga da capacidade de internamento, numa altura em que apenas 1,5% dos africanos estão totalmente vacinados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, hospitais em todo o continente estão se enchendo e o suprimento de oxigénio está a acabar, sendo que o número de infecções aumentou em oito semanas consecutivas, chegando a seis milhões de casos nesse período. Embora o continente tenha visto mais de 5,3 milhões de recuperados, a taxa de mortalidade é de 2,6% - maior do que a média global de 2,2%.
Entretanto, enquanto a África do Sul ainda tem o maior número de casos no continente, situação agravada pela recente onda de distúrbios violentos, a Tunísia tem agora mais de 526.000 casos, o que corresponde a 4.462 casos por 100.000 pessoas. Da mesma forma, a Namíbia, com uma população de cerca de 2,5 milhões, agora tem 4.374 casos positivos por 100.000 pessoas.
"Este é um claro sinal de alerta de que os hospitais nos países mais afectados estão chegando a um ponto de ruptura", disse a Directora Regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, e acrescentou: "a prioridade para os países africanos é aumentar a produção de oxigénio para dar aos pacientes em estado crítico."
Em termos comparativos, a demanda por oxigênio aumentou 50% a mais do que no ano passado, e seis países estão a enfrentar uma escassez de leitos em unidades de terapia intensiva. Muitos países não estão apenas lutando contra a escassez de serviços de saúde, mas muitos não conseguem acompanhar a recomendação de tratamento para Covid-19.
A dupla barreira da escassez de vacinas e dos desafios do tratamento está a minar seriamente a resposta eficaz ao aumento da pandemia. Ainda assim, a OMS espera que mais suprimentos de cheguem nas próximas semanas. Até agora, apenas 18 milhões de africanos, ou 1,5% da população, estão totalmente vacinados. (F.I.)
O Instituto Nacional de Acção Social (INAS), a nível da sua delegação provincial de Nampula, ainda deve os inquiridores contratados pela instituição, no âmbito da realização de inquéritos do Programa Pós-Emergência da Covid-19, realizados entre os meses de Outubro e Dezembro de 2020.
A informação foi avançada à “Carta” pelos próprios lesados, que dizem não ter qualquer informação em relação aos seus honorários. No total, a situação afecta pouco mais de 50 pessoas, entre homens e mulheres, chefes de famílias.
Ao que “Carta” apurou, o INAS deve 8.000,00 Meticais a cada inquiridor, dos 48.000,00 Meticais estabelecidos no acto da celebração dos contratos. “Quando tentamos entrar em contacto com eles, não nos atendem. Antes nos faziam promessas, depois diziam que estavam à espera do Orçamento do Estado e agora dizem para esperarmos por um valor dos doadores”, contou um dos lesados.
Entretanto, em entrevista à “Carta”, o porta-voz do INAS em Nampula, João Gonzaga, garantiu que os inquiridores já estiveram reunidos com o órgão central da instituição e que está em vista uma solução do problema. Entretanto, os denunciantes alegam tratar-se de uma mentira.
Refira-se que o INAS foi acusado pelos munícipes da cidade de Nampula de os ter enganado, depois de ter levado mais de três meses sem desembolsar os valores do fundo de resposta à Covid-19, após a realização do referido inquérito. (Marta Afonso)