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terça-feira, 16 fevereiro 2021 10:03

As quimeras do General Mutupi

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O país do General Mutupi estava em guerra. Os jovens morriam inocentemente nos campos de batalha. A cada combate, almas jovens eram paridas para o além. Os malfeitores eram seguidores fiéis das seitas satânicas. Durante três anos, o General Mutupi teve que gerir, no seu escritório, várias histórias e sonhos de jovens que tombaram nos campos de batalha. A dor era tanta. O coração e a consciência já não suportavam, pelo que tinha que se fazer alguma coisa. 

 

Usando das suas competências plenas, o General Mutupi decide colocar um plano em curso, uma vez que as causas da guerra não faziam nenhum sentido. Nas fileiras chefiadas pelo General Mutupi, um Coronel havia sido rebaixado e atirado para o avesso. O Coronel estava tão furioso porque algumas crianças estavam a chefiá-lo, mesmo com mais de 40 anos nas fileiras e vários combates e guerras travadas. A situação não estava boa. Informações de que o inimigo era alimentado pela logística das fileiras do General Mutupi corroía, cada vez mais, o manso coração do patriota e defensor da soberania. Algo tinha de ser feito!

 

A guerra tinha outras facetas. A outra parte do exército havia assumido o controlo de tudo no combate contra o alegado inimigo. Os resultados e abates eram anunciados semanalmente, com contradições que faziam manchetes diárias nos jornais, rádios e televisões. As redes sociais vibravam com os comunicados que traziam números e nunca fotografias, vídeos ou mesmo apresentação dos cabecilhas capturados em combate. A fábula e a falsidade eram tantas que acabaram por criar uma doença crónica a General Mutupi. O homem decidiu apresentar a sua demissão, mas o chefe máximo não aceitou.

 

A gestão da guerra demonstrava que o papel do General Mutupi e dos seus pupilos já não faziam sentido. Ensaiou-se um plano conjunto, uma vez que todos estavam no campo de batalha. “Combatemos juntos, mas os outros é que aparecem em tudo. Melhor é que nos retiremos e deixarmos que eles continuem a combater, porque não fazemos falta alguma”, resmungavam os aliados do General Mutupi.

 

Em meio a tanta tensão e raiva, desenhou-se um plano de retirada de todos os elementos dirigidos directamente pelo General Mutupi. (In)felizmente como em qualquer grupo extenso há sempre um Mavura (traidor), eis que o plano chegou a um comissário político que responde por um sector militar e defesa que, sem analisar, rapidamente apresentou o plano a quem o nomeou. A informação não agradou ao chefe! 

 
 
 

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