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terça-feira, 08 junho 2021 08:17

O "pecado" dos cambistas da farra!

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Na Pérola do Índico, um grande golpe financeiro foi executado. As contas bancárias dos envolvidos estavam a transbordar. O aroma das verdinhas americanas criava novos mafiliges da praça. A mola era tanta. Alguns já nem conseguiam gerir a mesma. Compravam tudo que aparecia na sua frente, até espaços sagrados e mágicos da capital moçambicana – cidade de Maputo. A farra era tanta para alguns, no meio de tanta fome e sofrimento da maioria.

 

De repente a bomba rebentou. As pessoas tinham que ser detidas. Independentemente se participaram ou não do crime, desde que tenha visto a cor ou os centímos dos dólares tinham que residir no xilindró. Neste grupo de detidos estavam dois jovens cambistas que eram simples colaboradores de uma das casas de câmbio usadas pela rede e que pelas somas movimentadas pelos mafiliges, apenas o proprietário da casa de câmbio é que podia realizar as transacções.

 

Na saga das detenções ou com a correria em mostrar serviço e a busca pelas grandes manchetes em jornais da praça, o sistema de justiça e a mídia alistaram e divulgaram os nomes dos cambistas em questão que na altura da grande farra, o único "pecado" foi serem funcionários da casa de câmbio – coitados! Sem piedade, os visados foram atirados para as masmorras. Mofaram na prisão, por um crime, onde nem chegaram a degustar as verdinhas e o aroma dos dólares e meticais que os outros saborearam e abusaram deles.

 

No princípio, os cambistas eram simples testemunhas, mas na sede da Procuradoria-Geral, acabaram por serem envolvidos e arrolados como arguidos, levados para os calabouços. Sem dó e nem piedade, os seus nomes e caras foram parar em grandes artigos dos jornais, televisões, websites e rádios. Os tipos já estavam queimados.

 

A corda como sempre, acabou arrebentando para o lado mais fraco. O patrão ou proprietário da casa de câmbio que movimentava as elevadas somas e interagia com os mafiliges, este nem foi chamado para depor ou mesmo para explicar os contornos das transacções. A sua vida corre a mil maravilhas, enquanto isso, os seus colaboradores vivem em constante insônia contando tirsos, jogando cartas pelas madrugada nas celas, na varanda de casa e rezando dia e noite rigorosamente, em busca do santificado perdão!

 

A vida dos homens já não é a mesma! O destino quis que estivessem no lugar errado o tempo todo e hoje estão atirados à desgraça por um jogo que não jogaram. Os homens vivem ansiosos e substituíram o velho hábito de contar maços de dinheiro para a contagem de horas e dias, aguardando que alguém sensato, os liberte do sofrimento penitenciário, espiritual e social imerecido. Coisas da vida na Pérola do Índico!!!

Sir Motors

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