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segunda-feira, 06 maio 2019 08:39

Conclave “Frel” coloca caso Samito Machel em “banho-maria”

Não está para breve a decisão em torno do processo aberto contra Samora Machel Jr., em virtude de ter encabeçado a lista da AJUDEM, um movimento cívico, cuja candidatura para as eleições autárquicas do ano passado, na cidade de Maputo, foi chumbada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

 

 

O Comité Central da Frelimo, órgão do qual Samora Machel Jr. é membro activo, decidiu conceder mais tempo ao Comité de Verificação, órgão de disciplina do partido, para trabalhar no processo.

 

A decisão foi tomada, este domingo (05 de Maio), último dia da III Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo, que confirmou Filipe Nyusi como candidato desta organização partidária para as Eleições Gerais, agendadas para o dia 15 de Outubro deste ano, enterrando, por completo, as suspeições que pairavam à volta da sua continuidade como candidato único do partido.

 

A “Carta” apurou que não foi estabelecido qualquer horizonte temporal para que o órgão se pronuncie sobre o processo do filho do primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel.

 

Aliás, soube, igualmente, de fontes bem posicionadas, que a decisão não será tomada no decurso do presente ano, devido às implicações que dela podem advir, mormente por se estar em ano eleitoral.

 

No sábado, segundo dia dos trabalhos da III Sessão Ordinária do Comité Central, o Comité de Verificação, durante a apresentação do seu relatório de actividades, pediu mais tempo, alegadamente, porque surgiram novos elementos.

 

O processo de que é alvo Samora Machel Jr., uma vez comprovada a violação dos estatutos, pode culminar com a aplicação da punição mais gravosa, no caso a perda da qualidade de membro do partido.

 

O posicionamento assumido pelo Comité Central, órgão decisório entre os congressos, tem por objectivo permitir que Samora Machel Jr. seja ouvido pelos órgãos do partido.

 

Filipe Nyusi pediu que Samora Machel se explicasse

 

Contrariamente ao que havia avançado o porta-voz do partido, Caifadine Manasse, o caso Samora Machel Jr. foi mesmo objecto de debate durante a III Sessão do Comité Central.

 

Depois da apresentação do relatório do Comité de Verificação do Comité Central, Samora Machel Jr. foi convidado a apresentar explicações sobre o sucedido aos restantes membros. As explicações foram solicitadas pelo presidente do partido.

 

Entretanto, antes de Samora Machel dirigir-se aos “seus camaradas”, Graça Machel, esposa do seu falecido pai, tomou a palavra para dizer que ele (Samora Jr.) não devia apresentar a sua defesa naquele fórum.

 

Depois da intervenção de Graça Machel, Filipe Nyusi interveio, exigindo, na sequência, que Samora Machel Jr. devia sim explicar-se sobre o sucedido.

 

Durante a sua defesa, Samora Machel Jr. disse que jamais falara fora dos órgãos. Disse, igualmente, que tudo quanto se fala é obra da imaginação criativa dos órgãos de comunicação social.

 

E porque os ânimos, na sala, estavam exaltados, coube a Joaquim Chissano, antigo presidente do partido e da República, o papel de apaziguador das partes em “conflito”.

 

O processo contra Samora Machel Jr. foi aberto na sequência da sua candidatura à presidência do Conselho Autárquico da Cidade de Maputo, pela AJUDEM.

 

Na defesa ao processo aberto pelos órgãos do partido, Samora Machel Jr, para além vincar que não violara as normas estatutárias, sugere a suspensão do actual presidente do partido pela violação grosseira dos estatutos.

 

Aliás, defendeu, no documento a que “Carta” teve acesso em primeira mão, que Filipe Nyusi não devia ser o único candidato a candidato da Frelimo nas eleições que se avizinham. (Ilódio Bata)

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