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segunda-feira, 26 agosto 2019 07:15

Dívidas Ocultas: Governo está a “verificar o posicionamento” do banco russo VTB

O Governo de Moçambique está a "verificar o posicionamento" do banco russo VTB, financiador de uma das empresas estatais no caso das “dívidas ocultas”, antes de avançar com qualquer negociação, disse na última sexta-feira o ministro da Economia e Finanças.

 

 

"É bom verificar qual o posicionamento [do VTB] nesta situação para tomarmos medidas, provavelmente, iguais ao que se fez relativamente à Proindicus", referiu Adriano Maleiane.

 

A verificação foi pedida na sequência "do processo nos Estados Unidos da América", que aponta para o envolvimento criminoso de governantes, ex-banqueiros e outros arguidos nos empréstimos que o Credit Suisse deu às empresas estatais Ematum e Proindicus, integrantes do projecto de pescas e segurança marítima que incluía ainda a MAM, financiada pelo VTB.

 

"Até onde nós lemos, neste processo, o VTB não está a aparecer", afirmou o ministro, mas acrescentou que, "pelo sim, pelo não”, pediu aos assessores que "é bom verificar qual o posicionamento" do banco russo.

 

Isto porque "na constituição e montagem da MAM não há Credit Suisse: é mesmo VTB com alguns bancos, alguns até nacionais e outros estrangeiros", referiu, admitindo que as revelações sobre a Ematum e Proindicus suscitam cautelas.

 

Em Abril, Adriano Maleiane tinha dito ao jornal moçambicano A Verdade que o Governo já tinha chegado a um acordo de princípio com o VTB para reestruturar a dívida de 535 milhões de dólares à empresa pública MAM.

 

Esta foi a última das três empresas das dívidas ocultas a aguardar por um anúncio do executivo. Em Novembro de 2018, o Governo revelou um primeiro acordo com a maioria do portadores de títulos (eurobonds) da Ematum (726,5 milhões de dólares) - cuja versão final viria a ser anunciada em Maio - e em Fevereiro abriu um processo judicial, em Londres, para anular o que resta da dívida da Proindicus (cerca de 600 milhões de dólares).

 

A investigação dos EUA concluiu que, entre 2013 e 2014, durante o mandato do presidente moçambicano Armando Guebuza, ex-banqueiros do Credit Suisse colaboraram com funcionários estatais e com o estaleiro Privinvest para que fossem criadas três empresas para acumular empréstimos de investidores internacionais no valor de 2,2 mil milhões de dólares.

 

Estes valores terão servido para enriquecimento ilícito dos arguidos e cujas dívidas se acumularam nas contas do Estado. (Lusa)

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