Trata-se de uma “corrida”, em que cada um irá tentar convencer os 12.945.921 eleitores, registados pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), a apostar no seu manifesto eleitoral. Panfletos, cartazes, camisetas, capulanas e bonés com cores, emblemas partidárias e/ou figuras dos candidatos são alguns dos artigos que serão distribuídos nos próximos dias aos moçambicanos, incluindo os não eleitores (sobretudo crianças), como tem sido habitual.
Recorrendo a viaturas e/ou caminhando, os partidos irão tentar palmilhar cada milímetro quadrado do território nacional, em busca de confiança para dirigir e/ou influenciar o rumo político, económico e social do país nos próximos cinco anos. Esta quinta-feira, “Carta” conversou com os três principais partidos políticos do país para saber como estavam os preparativos para o dito “momento de festa”.
Nyusi inicia campanha na Beira
O porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse, garantiu estar “tudo pronto” para o arranque da campanha eleitoral do seu partido e do seu candidato Filipe Nyusi que, segundo fontes da “Carta”, irá iniciar a sua peregrinação na província de Sofala, concretamente, na cidade Beira. À “Carta”, Caifadine Manasse disse ainda aguardar a decisão da Comissão Política que, em sessão a ter lugar esta sexta-feira, irá escolher o local onde o seu candidato irá abrir a campanha.
“Todas províncias estão preparadas para acolher o nosso candidato, mas só depois da reunião da Comissão Política é que iremos saber, onde vamos começar a campanha eleitoral”, garantiu Manasse.
Segundo o porta-voz da Frelimo, o seu partido leva uma mensagem de paz e esperança, pelo que irá realizar uma campanha eleitoral ordeira e pacífica e exorta aos outros partidos a seguir mesmo caminho.
Daviz Simango inicia a campanha na Zambézia
Sande Carmona, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), assegurou também estar tudo pronto para o início da conhecida “caça ao voto”, que terá o lançamento oficial na província da Zambézia, faltando ainda definir o local concreto.
“Vamos iniciar a nossa campanha [eleitoral] na província da Zambézia, onde o nosso candidato [Daviz Simango] irá começar o seu períplo mas ainda estamos por definir o distrito que irá acolher o evento”, disse Carmona, para quem nos primeiros dias, a sua formação política irá apostar no contacto inter-pessoal, de modo a perceber que “tipo de Moçambique o povo quer e que Moçambique queremos ter”.
Questionado sobre as expectativas do MDM nesta campanha eleitoral, sobretudo, no que a convivência política diz respeito, Carmona garantiu que a sua formação política nunca foi de violência, porém “não vamos deixar as pessoas nos pisarem”. Avança que para uma campanha ordeira e pacífica é necessário que a Polícia não seja instrumentalizada, pois, no seu entender, esta é guiada pelo partido no poder a “hostilizar” os membros dos partidos da oposição.
Ossufo começa campanha no dia 03 de Setembro
Quem também irá iniciar a campanha na província da Zambézia é o candidato da Renamo, Ossufo Momade, que vai começar a sua “caça ao voto” na cidade de Quelimane, capital daquela província. Entretanto, diferentemente dos seus concorrentes, Momade vai sair a rua no quarto dia da campanha eleitoral, dia 03 de Setembro, conforme garantiu o porta-voz do partido, José Manteigas.
“O Presidente Ossufo Momade irá iniciar a sua campanha no dia 03 de Setembro, na cidade de Quelimane, e o Secretário-Geral [André Magibire] vai começar no dia 01 de Setembro, na cidade da Matola”, disse Manteigas, explicando que a entrada tardia no “jogo” é uma estratégia política desenhada pelo partido.
Tal como Carmona, Manteigas afirma que para que haja uma campanha pacífica é preciso que cada concorrente venda o seu projecto de governação sem colocar em causa o projecto dos seus adversários.
À “Carta”, o porta-voz da Renamo garante que o seu partido é a “esperança de Moçambique”, no entanto, negou abordar a estratégia de campanha a ser adoptada nos primeiros dias. Questionado sobre as ameaças protagonizadas pela auto-denominada “Junta Militar”, Manteigas reiterou que o assunto, pela sua magnitude, é da responsabilidade do Estado.
Refira-se que concorre ainda para a Presidência da República, o candidato Mário Albino, da Acção de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI). (Abílio Maolela)