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quinta-feira, 03 outubro 2019 04:17

Moçambique lidera lista de países com elevado risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo – GIFIM

O Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFIM) diz ser elevado o risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo no país. Em conferência subordinada ao tema “O Branqueamento de Capitais e a Desdolarização da Economia”, havida ontem (02) em Maputo, o director do GIFIM, Armindo Ubisse, disse, recorrendo aos dados do Índice de Basileia recentemente publicado, que dum total de 125 países avaliados, Moçambique ocupa o primeiro lugar como o país de maior risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

 

Para analisar o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo num determinado país, Ubisse explicou que os autores do índice analisam cinco aspectos, nos quais Moçambique apresenta percentagens que, quando somadas, levam o país a posicionar-se num pior degrau na matéria.

 

Dos cinco domínios está a qualidade do quadro legal e institucional para combater os crimes, em que Moçambique apresenta 65 por cento. O Índice analisa também os crimes de suborno e corrupção em que o país apresenta 10 por cento; transparência financeira, 15 por cento; transparência pública e prestação de contas, cinco por cento e, por fim, o domínio de riscos legais e políticos cuja percentagem também é de cinco.

 

Intervindo no evento organizado pelo Millennium Bim, perante uma plateia de mais de uma centena de participantes, desde empresários até gestores públicos, o advogado e antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Tomás Timbana, apontou o baixo nível de formação sobre a matéria, por parte dos agentes económicos e financeiros quer públicos, quer privados, bem como a fraca implementação da base legal existente.

 

Perante o empecilho e demais factores, o director do GIFIM disse que o órgão que dirige, junto com outras entidades públicas e o sector privado, está a levar a cabo acções para reverter o cenário dadas as consequências que o problema representa para a economia de um país. De entre várias, Ubisse apontou a fuga de capitais, que levam a distorções económicas e redução do investimento (estrangeiro) e a gangsterização do Estado.

 

Refira-se que por causa da violação da lei 14/2013, de 12 de Agosto, que vela sobre o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, o Banco de Moçambique já sancionou 15 instituições financeiras. (Evaristo Chilingue)

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