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BCI
segunda-feira, 18 fevereiro 2019 06:09

“Postbus” transforma em ‘martírio’ viagem de passageiros de Maputo para Quelimane

Cerca de 71 passageiros ficaram retidos desde a manhã de quinta-feira da semana finda até sábado à noite devido a três avarias graves registadas num autocarro da transportadora “Postbus” que fazia o trajecto Maputo-Quelimane.

 

De acordo com Zaquito Manhice, um dos passageiros vítimas do ‘martírio’, o autocarro em causa já apresentava algumas dificuldades quando partiu da cidade de Maputo por volta das 05h00 de quinta-feira, mas mesmo assim o motorista insistiu em seguir viagem. Os problemas foram-se agravando durante o trajecto, até que a viatura ficou paralisada no Inchope. Foi necessário aguardar-se pela chegada de socorro vindo da Beira, após quase 24 horas de espera. Perante esta situação, a transportadora viu-se na contingência de providenciar jantar para os passageiros.

 

Ainda que aparentemente a avaria estivesse resolvida, o autocarro viria a registar nova paragem no dia seguinte (sexta-feira) à tarde na zona de Nhamapaze. Pela segunda vez, todos os passageiros tiveram de pernoitar no local, mas contrariamente ao que acontecera em Inchope não tiveram uma única refeição. Só no sábado, por volta das 15h00, é que o problema ficou parcialmente resolvido. O carro prosseguiu viagem, ainda que aparentando grandes dificuldades. A terceira avaria ocorreu pouco depois da ponte sobre o rio Zambeze e durou cerca de uma hora. O autocarro só chegou a Quelimane por volta das 22h00 de sábado. Entre as pessoas que seguiam a bordo, algumas transportavam produtos facilmente perecíveis, razão por que no final da viagem praticamente tinham perdido tudo! A transportadora não assumiu qualquer responsabilidade pelos danos que os passageiros sofreram.

 

Apelos dos passageiros não surtiram efeito

 

Não surtiram qualquer efeito os reiterados apelos dos desesperados passageiros para que fosse providenciado outro carro que lhes levasse até ao destino. O motorista limitou-se a tentar ‘remediar’ um problema que aparentava ser antigo, deixando os lesados durante dois dias sem água e comida.

 

Quando ontem “Carta” entrou em contacto com os responsáveis da transportadora envolvida neste caso, eles manifestaram a sua indisponibilidade em falar do assunto alegando tratar-se de uma “especulação”. (Marta Afonso)

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