O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em Nampula deteve e apresentou à imprensa, na semana passada, uma cidadã nacional, proprietária de uma empresa de consultoria, alegadamente por ter burlado mais de 200 pessoas em troca de emprego na função pública, principalmente, nos sectores da educação e saúde.
Para lograr os seus intentos, a indiciada criou uma empresa de prestação de serviços em contabilidade e auditoria, recursos humanos e de contratação de pessoal, denominada Tetê Consultores, há pouco mais de dois anos. Na mesma empresa criou intermediários que recrutavam cidadãos desempregados e pediam avultadas somas em dinheiro para facilitar o seu ingresso no Aparelho do Estado.
Na posse da indiciada, foram apreendidos diversos documentos, entre eles, contratos de trabalhos falsos dos supostos candidatos recrutados ilicitamente, bem como cheques sem cobertura.
De acordo com a porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em Nampula, Elina Tsinine, a cidadã ora detida chegou a cobrar um montante de 35.000.00 Mts a técnicos médios e 80.000.00Mt aos técnicos superiores para ocuparem postos de trabalho nos sectores de educação e saúde.
A porta-voz do SERNIC diz que o número real das vítimas burladas pode ser superior a 200 e as autoridades estimam que a indiciada terá encaixado mais de 700.000.00Mt, resultante de burlas.
“A cidadã oferecia contratos falsos às suas vítimas e, quando estes perceberam, ela simulou devolução de dinheiro a algumas das vítimas, mas com cheques sem cobertura”, disse para quem “a situação chamou atenção das vítimas que denunciaram às autoridades policiais”, frisou.
Segundo Tsinine, neste momento, a sua instituição continua a investigar o caso, para neutralizar e responsabilizar os prováveis envolvidos neste esquema. “Acreditamos que existem muitos lesados nesta rede de burla, assim como outros envolvidos. Portanto, aos lesados encorajamos a denunciarem a tantos outros”, disse.
A fonte fez saber que a indiciada será responsabilizada pelo crime que pesa sobre si. “O Estado não cobra valores monetários para o ingresso em qualquer das instituições públicas, por isso apelamos aos cidadãos a denunciarem todas as cobranças ilícitas para o feito”, exortou.
Entretanto, a indiciada nega todas acusações e diz que ela e sua empresa apenas recrutavam pessoas e encaminhavam a entidades que solicitassem, citando como exemplo um funcionário que trabalha na Universidade Rovuma. (Carta)