A confusão instalou-se quando residentes do bairro Aeroporto protestavam no último sábado na vila de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, pela forma como a empresa AMA, contratada pelo PMA, estava a distribuir os produtos alimentares. O desentendimento resultou em desordem e obrigou a chamada dos Agentes da Unidade de Intervenção Rápida-UIR, depois dos membros da PRM não terem conseguido controlar a fúria dos beneficiários.
Fontes contaram à "Carta" que o descontentamento provocou uma desordem que paralisou o processo, pelo facto de os responsáveis pela distribuição terem convidado muitas pessoas, para depois anunciar que apenas poucas iriam receber a ajuda, incluindo outras que alegadamente tinham alguma conexão com os distribuidores. Ademais, de acordo com as fontes, os responsáveis pela distribuição apelidavam a população de "alshababs" pelo facto de ser na mesma zona residencial da vila de Mocímboa da Praia donde saíram muitos terroristas e se juntaram a outros para protagonizar ataques.
Para conter os ânimos populares, os funcionários da empresa distribuidora (AMA) solicitaram a presença dos agentes da UIR, para se juntar aos da Polícia de Protecção, mas por sua vez a população solicitou as forças ruandesas para servirem de intermediários. Foi assim que o processo de distribuição da ajuda alimentar foi retomado e os beneficiários divididos em duas listas, sendo que um grupo foi atendido no sábado (10) e outro neste domingo (11). No entanto, a distribuição não terminou e foi cancelada sem justificação.
Apesar da confusão, não houve detidos nem feridos. Refira-se que cada família do bairro Aeroporto na vila de Mocímboa da Praia recebeu 50 quilogramas de milho e três latas de sardinha de 25 gramas. (Carta)