Pelo menos três pessoas continuam desaparecidas em resultado de um naufrágio que provocou igual número de óbitos na manhã de segunda-feira no distrito de Moma, província de Nampula, no Norte de Moçambique, avançou à Lusa fonte oficial.
“Os trabalhos continuam para ver se aparecem mais sobreviventes, entre os três que continuam desaparecidos”, disse à Lusa Abacar Chande, administrador do distrito de Moma.
A embarcação, propriedade da Haiyu Mining, empresa chinesa que explora areias pesadas na região, naufragou por volta das 06:00 locais (05:00 em Lisboa), com mais de 20 pessoas a bordo, maioritariamente trabalhadores da empresa, disse o administrador do distrito de Moma.
As operações das autoridades nas últimas 24 horas garantiram o resgate de mais cinco pessoas, elevando o número de sobreviventes para 21.
“A situação no terreno é calma, mas ainda preocupante”, acrescentou o administrador.
A lotação excessiva e o mau tempo que se fazia sentir na região são apontadas até agora como as possíveis causas do naufrágio que deixou pelo menos três mortos entre as pessoas que seguiam na embarcação da empresa chinesa.
A chinesa Haiyu explora areias pesadas em Nampula desde 2011, das quais extrai minerais como a ilmenite, o titânio e o zircão.
Em 2018, a empresa foi visada por um relatório da organização Amnistia Internacional, que denunciou violações das leis moçambicanas e internacionais, indicando que as operações da chinesa em Nampula “transformaram a topografia da área” e, em 2015, a chuva arrastou 48 casas, desalojando 290 pessoas.
Várias organizações da sociedade civil moçambicana exigiram a suspensão das atividades da empresa de capitais chineses.(Lusa)