Moçambique faz parte dos países classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como tendo altas taxas de tuberculose, de "coinfecção" da tuberculose-HIV e de tuberculose resistente a medicamentos, com uma incidência estimada em 551 casos por cada 100 mil habitantes. A informação foi avançada, esta segunda-feira (13 de Maio), pela Ministra da Saúde, Nazira Abdula, durante a abertura da Quinta Reunião do Comité Consultivo Regional (RAC) do Projecto sobre a Tuberculose e Reforço dos Sistemas de Saúde da África Austral, que se realiza na cidade de Maputo. O evento contou com a participação de diversos países, com destaque para o Malawi, a Tanzânia, o Lesotho e a Zâmbia e teve patrocínio do Banco Mundial.
Segundo a ministra, os dados colocam Moçambique ainda com elevados níveis de incidência desta doença em todo o mundo. Porém, a fonte explicou que, com as intervenções do sector da saúde, no âmbito deste projecto regional, foi possível tratar com sucesso cerca de 90 por cento dos casos de tuberculose, colocar em tratamento antirretroviral 96 por cento dos pacientes infectados pela dupla infecção de tuberculose e HIV-SIDA e, neste momento, está em curso o primeiro inquérito nacional da tuberculose pulmonar, levado a cabo pelo Banco Mundial.
Abdula revela ainda que, só em 2017, cerca de 10 milhões de pessoas, em todo o mundo, contraíram a tuberculose e 1,4 milhões morreram devido a mesma causa. Entretanto, ainda que seja uma doença transmissível, a tuberculose, algumas vezes, aparece por causa das más condições de trabalho, facto que levou o Banco Mundial a intervir de modo a melhorar as condições de luta contra esta pandemia nas suas diferentes vertentes e contribuir para a sua eliminação até 2030.
Segundo a mesma fonte, a OMS declarou a tuberculose como uma emergência, há cerca de 25 anos, pelo que, desde então, vários países (incluído Moçambique) têm feito muito esforço para o seu controlo efectivo. Porém, até hoje continua a ser a maior causa de doença e de morte entre milhões de pessoas há cada ano e tornou-se, ainda, na maior causa de morte entre as pessoas vivendo com o Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV-SIDA), em todo o mundo. (Marta Afonso)