Moçambique identifica-se com os ideais do Relatório da Comissão Global sobre o “Futuro do Trabalho”, que contém recomendações, que servirão de inspiração na formulação de agendas globais, continentais, regionais e nacionais com vista à universalização do trabalho digno e dos princípios e direitos fundamentais no trabalho.
Este posicionamento foi assumido, recentemente, por Amadeu Paulo da Conceição, embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Moçambique junto das Nações Unidas e doutras organizações internacionais, durante a 108ª Conferência da OIT-Organização Internacional do Trabalho, ocorrida em Genebra, Suíça.
O diplomata moçambicano, que participou no evento em representação da ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, sustentou que Moçambique apoia plenamente o referido relatório, que está ancorado na proposta de “uma agenda centrada no ser humano para o futuro do trabalho”.
“Congratulamo-nos pela perspectiva de que os melhores resultados futuros serão garantidos por decisões conscientes que assegurem um ritmo de mudança tecnológica determinado pela capacidade humana de conduzi-lo”, disse, ajuntando que “isso significa que investimentos consideráveis devem ser feitos para apoiar a educação e o desenvolvimento de habilidades que responderão de maneira rápida e adequada ao desenvolvimento”.
O relatório, conforme enfatizou, reconhece que o local de trabalho é principalmente composto por seres humanos e, portanto, uma arena que possui perspectivas significativas para o avanço da sociedade através de sistemas de governação e regulamentação fortalecidos.
Na opinião do diplomata, investimentos em trabalho decente e sustentável são urgentemente necessários, uma vez que, apesar das taxas de crescimento económico positivas registadas pelos países membros da organização durante um longo período de tempo, o efeito sobre o crescimento do emprego tem sido muito pequeno.
“As altas taxas de desemprego e subemprego, em particular o desemprego juvenil representam um grande desafio ao desenvolvimento dos nossos países. Concordamos portanto, com a recomendação de que as abordagens futuras devem buscar e incentivar directamente a criação de empregos como um alvo-chave, e não um subproduto de políticas económicas que, de outra forma, buscam outros objectivos”, finalizou Amadeu Paulo da Conceição.(FDS)