Na tarde do passado dia 01 de Outubro, os membros do Comité de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN), da localidade de Muite, no distrito de Mecubúri, na província de Nampula, depararam-se com um camião da marca Freightliner com a matrícula AA 400 NP, transportando madeira da espécie pau-preto.
Segundo apurámos, o camião em causa circulava na estrada que liga a sede do distrito de Mecubúri com a localidade de Muite. Entretanto, a espécie de madeira em questão está interdita de exploração, através de um decreto ministerial.
Outro facto é que a referida madeira foi cortada numa zona protegida, ou seja, na zona tampão da Reserva Nacional de Mecubúri e não apresentava numeração e, muito menos, a lista de especificação. Conforme apurámos de fontes do Governo e da procuradoria distrital de Mecubúri, o caso está a gerar "confusão" com as instâncias provinciais que querem, a todo o custo, que o mesmo seja dirimido a nível provincial.
Fontes da "Carta" dizem que o pedido da Procuradoria Provincial está a criar várias interpretações, sendo que uma delas é de que se trata de "queima de arquivo", uma vez que vários casos do género que, num passado recente, foram para aquela instituição judicial a nível da província, hibernaram, dando-se exemplo de um processo envolvendo furtivos que nunca teve resolução, desde 2017.
Apreendida a madeira, o fiscal estipulou 503 mil Mts de multa, entretanto, de lá para cá, o processo não caminha, tendo inclusive a madeira apreendida perdido qualidade nos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) de Mecubúri e no Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique, tal como testemunhou a nossa reportagem há quase dois meses.
A “Carta” tem estado a tentar ouvir o posicionamento oficial face a realidade, mas debalde. Os representantes dos Serviços Florestais e do SDAE não se mostraram disponíveis para explicar a situação. Contudo, o camião apreendido encontra-se nos serviços distritais e o caso na Procuradoria distrital, embora a "guerra" esteja agora com o Ministério Público a nível provincial, que quer o caso a todo o custo. (Omardine Omar)