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quinta-feira, 17 outubro 2019 06:11

“Votar em Filipe Nyusi da Frelimo a Presidente e Manuel de Araújo da Renamo a Governador”, diziam os zambezianos antes e durante a votação

O sentido do voto na província da Zambézia, o segundo maior círculo eleitoral, na verdade, já havia sido definido muito antes do processo de votação iniciar, na passada terça-feira. Dois candidatos haviam já sido previamente escolhidos pelo fervoroso eleitorado zambeziano. Filipe Nyusi e Manuel de Araújo eram os “escolhidos”.

 

Filipe Nyusi, do partido Frelimo, candidato a Presidente da República e Manuel de Araújo, cabeça-de-lista da Renamo para eleição Provincial. É eleito, sabe-se, Governador de Província o cabeça da lista vencedora do escrutínio provincial.

 

 

Vários jovens e adultos ouvidos pela nossa reportagem avançavam e cantavam que, dada a “escassez de candidatos para as Presidenciais e Provinciais” iriam, sim, apostar no candidato da Frelimo, que concorre à sua própria sucessão e em Manuel de Araújo para Governador da província da Zambézia.

 

Mesmo no momento em que decorria a votação nas Assembleias de Votos instaladas naquela província, gritavam aos quatro ventos que os que ainda não haviam exercido o dever cívico, deviam, sim, fazê-lo a favor destes dois candidatos e os que já haviam votado afirmavam, categoricamente, que tinham escolhido estes dois últimos.  

 

Para já, a elite local encontra-se à beira de um colapso nervoso com os resultados que têm estado a ser divulgados, isto porque têm estado a dar uma folgada vantagem ao partido Frelimo ao nível da eleição Provincial. Para a maior parte dos zambezianos, Pio Augusto Matos foi uma “péssima escolha”, dados os seus 13 anos de gestão municipal ao nível da capital daquela província, Quelimane, uma gestão vista por muitos como “danosa”.

 

Os entrevistados preferiram falar em anonimato, dada a onda de perseguição dos funcionários públicos naquela província, onde em certos círculos foram obrigados a se auto fotografar no acto da votação, para permitir que se soubesse em que candidato cada um votou.

 

Em algumas mesas como da EPC do Torrone Velho, o sistema de votação era feito com base numa lista, onde vinham números e não nomes, e os eleitores eram chamados pelos números, ou seja, mesmo que chegasse no respectivo posto às 3 ou 5 horas não era chamado.

 

Entretanto, Emílio Rapoio, porta-voz da Comissão Provincial de Eleições (CPE), disse não ter conhecimento do facto e se foi detectado deve estar a ser dirimido nas instâncias locais e, posteriormente, vai chegar ao STAE e CPE.

 

Relativamente à preferência em Manuel de Araújo e Filipe Nyusi, maior parte dos zambezianos defenderam que optavam por esta via por acreditar que haverá respeito pela província, dado o discurso defensivo e projectos localistas do “Mano Mané”, ou seja, alguns que até chegam a ser extremistas, considerando que “caso isso não aconteça não haverá governação provincial a nível daquela província”.

 

No entanto, nos distritos tradicionalmente pro-Renamo, as pessoas não têm o mesmo entendimento. A preferência, isto no que respeita ao Presidente da República, pelo menos no que apuramos, seria mesmo Ossufo Momade. (Omardine Omar, na Zambézia)

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