William Vito, um norte-americano idoso (de 85 anos), havia sido detido a 27 de Maio do presente ano no Aeroporto Internacional de Maputo, na posse de 3kg de cocaína e 2kg de heroína, quando pretendia embarcar para França.
Esteve detido a aguardar o julgamento que teve lugar no passado dia 28 de Novembro, na 7ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM). Durante o julgamento, Vito – que apresentava um estado de saúde “preocupante” – jurou a “pés juntos” que o conteúdo encontrado na sua mala não lhe pertencia e nem sabia como o mesmo teria ido lá parar.
O Juiz considerou improcedente o argumento do réu e condenou-o a uma pena de 16 anos de prisão efectiva. Após cumprir a pena, Vito deverá ser expulso do país imediatamente.
Entretanto, fontes devidamente posicionadas nos meandros da investigação internacional do tráfico transfronteiriço de drogas, baseadas na África Austral, confidenciaram à “Carta” que o idoso em questão terá sido “tramado” por cidadãos de nacionalidade nigeriana que controlam o negócio do tráfico de drogas em Moçambique e noutros países do continente.
De acordo com as fontes, William Vito é mais uma vítima dessa rede, que tem protecção de agentes nos aeroportos nacionais e que facilitam a circulação de quantidades diversificadas de drogas. O facto é que William Vito, de 85 anos, caso aguente os 16 anos de prisão efectiva, sairá da cadeia com 101 anos de idade, situação que preocupa alguns dos seus conterrâneos devido à precariedade da sua saúde.
Refira-se que, no presente ano de 2019, Moçambique entrou para o mapa global como corredor privilegiado dos grupos do narcotráfico internacional que transportam heroína oriunda do Afeganistão e outros países asiáticos, fazendo passar pelos nossos aeroportos e portos quantidades elevadas de heroína e cocaína, com destino a diversos países da África, Europa e América.
Em 2019, no Aeroporto Internacional de Maputo e outras fronteiras terrestres e marítimas foram detidos cidadãos de nacionalidades canadiana, britânica, brasileira, portuguesa, tanzaniana, malawiana, norte-americana, somaliana, entre outras, sendo que muitos deles aguardam julgamento em prisão preventiva.
Ainda no presente ano, Moçambique aceitou o pedido de extradição do cidadão paquistanês Tanveer Ahmed Allah para os EUA, onde é acusado de ser um barão da droga, por um tribunal do Texas. Segundo fontes da “Carta”, nos últimos dias, Tanveer desistiu de submeter recurso ao Tribunal Superior de Recursos conforme fora sua intenção. (O.O.)