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quarta-feira, 18 dezembro 2019 05:47

IURD diz que revolta de fiéis em África é “fake news”

A Igreja Universal do Reino do Deus (IURD), com forte presença em Moçambique, repudia uma reportagem da Revista Veja, publicada na semana passada, que descreveu uma crescenta revolta dos seus fiéis em países africanos de expressão portuguesa como São Tomé e Príncipe e Angola, onde alguns “templos” foram vandalizados. A reportagem de Veja, com o título "A revolta dos fiéis da África contra a Igreja Universal", foi publicada na passada sexta-feira.

 

Em reacção, a Universal diz que a revista publicou apenas um curto e incompleto resumo das informações que o UNIcom (Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais da Universal) forneceu, "com a clara intenção de não esclarecer os leitores sobre a verdade dos fatos". “Um repórter da revista enviou um e-mail para o UNIcom com sete perguntas sobre ataques e, embora o prazo que ofereceu tenha sido curto, todas as informações solicitadas foram levantadas e enviadas em tempo”, diz o UNIcom.

 

 Porque as incidências recentes sobre a IURD nos países visados, “Carta” publica as perguntas de Veja e as respostas que a Universal deu sobre os acontecimentos recentes nos países africanos:

 

Revista Veja: Gostaria de saber o número total de templos que a Universal tem no Brasil e em Angola. Se possível, também gostaria de saber o número total de catedrais no continente africano.

 

UNIcom: A Igreja Universal do Reino de Deus possui no Brasil 8.773 templos. Nos demais 124 países dos cinco continentes onde está instalada, são 3.559 templos.

 

Apenas no continente africano são 1.306 templos, sendo 306 em Angola.

 

Veja: Em relação ao caso de Angola, algum pastor da Igreja chegou a ser desligado em função da carta-manifesto? O que aconteceu?

 

UNIcom: Foram desligados da Universal de Angola apenas os oito pastores que organizaram o movimento e coletaram as assinaturas para a carta a partir de uma fraude: aqueles que a assinaram, denunciaram que foi apresentado um papel em branco, cujo teor anexado não teria qualquer relação ao que foi apresentado posteriormente. O desligamento ocorreu em virtude do descumprimento do estatuto, com uma clara quebra de hierarquia e desrespeito à doutrina da Universal, além de um desvio de conduta moral dos ex-pastores.

 

Veja: É verdadeira a informação de que a Igreja está vendendo patrimônio em Angola? Se sim, porquê?

 

UNIcom: É falsa a informação. A Universal de Angola não vendeu qualquer patrimônio da instituição.

 

Veja: Em relação ao caso de São Tomé e Príncipe, o pastor Iudumilo acusa a Igreja de ter se associado com a polícia local para prendê-lo. Vocês não sabiam que ele estava envolvido com a página no Facebook? Vocês fizeram a queixa à polícia sem citar nomes?

 

UNIcom: A Universal não sabia quem eram os autores dos ataques, porque eles espalhavam suas calúnias anonimamente. Conforme amplamente divulgado, desde 2018, a Universal costa-marfinense vinha sofrendo agressões e ameaças, com mentiras e ataques contra oficiais da Universal espalhados por redes sociais e aplicativos de mensagens.

 

A Universal acionou a Polícia Judiciária da Costa do Marfim em abril deste ano, para que os autores dos crimes fossem identificados, dentro do que define a Lei de Cybercrime daquele país. As investigações seguiram o curso normal previsto na legislação local.

 

O ex-pastor confessou à Justiça do país africano que mentiu e caluniou contra a instituição e seus membros e, assim, cometeu um crime pelas leis costa-marfinenses. Em seu depoimento às autoridades locais, ele afirmou que usou perfis falsos em redes sociais e aplicativos de mensagens para espalhar mentiras contra a Universal.

 

“Eu decidi criar um perfil no facebook para publicar difamações e injúrias”, confessou no depoimento, o ex-pastor.

 

De acordo com o processo, entre outras ameaças, calúnias e injúrias, Iudumillo espalhou mensagens, por exemplo, qualificando a esposa de um oficial da Universal de “ladra, prostituta e mentirosa” e seu marido de “filho do diabo, ladrão”.

 

Veja: Ele foi libertado em novembro porque a Iurd retirou a queixa? Foi isso?

 

UNIcom: Para pôr fim ao conflito, a Universal retirou o pedido de apuração dos crimes praticados — lembrando que não se sabia quem eram os autores. Contudo, como o Ministério Público costa-marfinense se opôs ao arquivamento, o ex-pastor só pode ser libertado a partir de um acordo firmado entre as representações diplomáticas de São Tomé e Príncipe e da Costa do Marfim.

 

Veja: Sobre as acusações de que a Igreja obriga os pastores a se esterilizarem e que privilegia lideranças brasileiras em detrimento das angolanas e são-tomenses, vocês gostariam de se posicionar?

 

UNIcom: Trata-se de “fake news” facilmente desmentida pelo fato de que muitos bispos e pastores da Universal, em todos os níveis de hierarquia da Igreja, têm filhos — inclusive em Angola. O que a Universal estimula, é o planejamento familiar, debatido de forma responsável por cada casal. Cada indivíduo é livre para manifestar sua vontade.

 

Veja: Sobre a “rede de mentiras” que há em curso contra a Universal, conforme foi dito em notas, você sabem dizer quem e quantos são os ex-pastores por trás dessa campanha e por que eles estariam fazendo isso.

 

A expressão “rede de mentiras” é de uma nota emitida pela Universal de Angola, e se refere especificamente aos fatos ocorridos naquele país. (Carta)

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