O comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, disse ontem que as Forças de Defesa e Segurança "tudo estão a fazer" para devolver a tranquilidade no centro de Moçambique.
"Estamos a fazer um trabalho no centro para devolver a ordem e tranquilidade públicas", disse à comunicação social Bernardino Rafael, à margem da cerimónia de graduação de oficiais superiores na Academia de Ciências Policiais, nos arredores de Maputo.
Em causa estão os ataques armados contra civis e forças governamentais protagonizados pela autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo de dissidentes do principal partido da oposição no centro de Moçambique.
As incursões daquele grupo já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde Agosto de 2019.
Segundo o comandante da PRM, as operações para neutralização do líder daquele grupo, Mariano Nhongo, continuam, mas em situação de guerra é difícil definir prazos, embora haja progressos.
"Uma guerra não se acaba com prazos, portanto, deixemos as Forças de Defesa e Segurança trabalharem", afirmou Bernardino Rafael, acrescentando que as autoridades "tudo estão a fazer para repor a paz e segurança na região".
A Junta liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo e a Renamo.
Nos últimos meses, vários membros influentes do grupo abandonaram as matas e juntaram-se ao processo de paz, mas o seu líder mantém as revindicações, acusando os desertores de traição.
O acordo de paz em Moçambique foi assinado em Agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Renamo, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspectos, as condições do processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição. (Lusa)