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segunda-feira, 17 maio 2021 07:19

Animais bravios continuam a devastar machambas em Magude

Não é algo novo, porém, é uma realidade que se vive a cada dia no distrito de Magude, província de Maputo. População do povoado de Kumane, no Posto Administrativo de Mapulanguene, queixa-se da constante invasão das suas machambas pelos animais bravios, com destaque para os elefantes e búfalos, que escapam das fazendas de bravio.

 

Em conversa com “Carta”, Paulino Filipe, um dos nativos de Kumane, conta que diversos hectares de milho e hortícolas foram devastados pelos elefantes, na presente época agrícola. Afirma que, apesar dos esforços da população em afugentá-los, os animais continuam a agudizar a já dramática situação alimentar naquela região do país.

 

De acordo com Santos Mazimba, Secretário do bairro/povoado, Kumane é habitado por 59 famílias, que enfrentam todo o tipo de dificuldades: falta de água potável, unidade sanitária, transporte e o conflito homem-fauna bravia.

 

Segundo Mazimba, nos últimos dias, 48 cabeças de gado caprino foram devoradas pelas hienas, para além de algumas cabeças de gado bovino e ovino, que foram devoradas pelos leões.

 

De acordo com aquele líder comunitário, tudo se deve à degradação da vedação da Masintonto Ecoturismo, uma das fazendas de bravio localizadas naquele ponto do país. A Masintonto Ecoturismo, refira-se, pertence ao grupo empresarial sul-africano Tongaat Hullet e explora uma área de cerca de 14.700 hectares.

 

Entretanto, os gestores daquela fazenda de bravio asseguram que têm feito o devido patrulhamento da área. A fazenda conta com 22 fiscais, três viaturas, duas motorizadas e três tractores.

 

Fernando Djinji, Chefe do Posto Administrativo de Mapulanguene, conta que os animais bravios devastaram, nos últimos meses, cerca de 17.7 hectares de culturas diversas, naquele ponto do distrito de Magude.

 

O conflito “homem-fauna bravia”, em Magude, é do conhecimento da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), que reconhece não estar a responder em tempo útil as preocupações das comunidades. (Omardine Omar, em Magude)

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