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quinta-feira, 29 julho 2021 07:35

Continua havendo abandono de obras públicas e… MOPH vai “assobiando ao lado”

Os anos passam, mudam-se os gestores, mas não muda o comportamento criminoso que impera na gestão da coisa pública. Segundo o Inspector-geral das Obras Públicas, Daniel Baloi, sete dos 12 projectos de manutenção de estradas na província de Gaza, sul do país, apresentam graves problemas, sendo que algumas obras se encontram abandonadas, apesar de supostamente o empreiteiro ter recebido o dinheiro para a execução das obras.

 

Falando à imprensa nesta quarta-feira, no final das actividades de inspecção realizadas naquele ponto do país, Baloi afirmou que as referidas obras apresentam qualidade das obras; fraca fiscalização; e fraca capacidade técnica. Aliás, a fonte diz haver empreiteiros que alegadamente enganaram o Estado, ao apresentar um certo projecto para depois executar outro.

 

“No terreno é notório que o conteúdo da proposta do empreiteiro não é o mesmo apresentado no projecto e alguns empreiteiros usam alvarás de classes elevadas sem condições”, disse Baloi, sem explicar as razões, sendo o Ministério da Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos a entidade responsável pela inspecção e fiscalização de obras públicas e por aferir as condições técnicas, financeiras e legais dos intervenientes na indústria de construção.

 

Sem avançar o número de obras abandonadas e a sua respectiva localização, Baloi afirmou que grande parte das estradas encontra-se no norte da província de Gaza. Disse, por exemplo, que a estrada Donga/Dindiza, no distrito de Chigubo, apresenta uma péssima qualidade.

 

A fonte entende que a Administração Nacional de Estradas (ANE), a nível daquela província, devia ter “supervisionado mais as obras para saber, de facto, o que estava a acontecer no terreno”, mas não avança se haverá responsabilização.

 

Refira-se que o abandono de obras públicas, com destaque para estradas, escolas e hospitais, não é novo no país, porém, o Ministério que zela pelo sector também continua a assobiar ao lado contra um crime que vai lesando o Estado em milhões de USD. (Marta Afonso)

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