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terça-feira, 28 setembro 2021 08:43

Nyusi reitera que ataques terroristas não se devem às desigualdades sociais

O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, reitera que os ataques terroristas que se verificam na província de Cabo Delgado não se devem às desigualdades sociais existentes no país e muito menos em Mocímboa da Praia, o primeiro distrito a ser atacado pelos insurgentes, a 5 de Outubro de 2017. A tese voltou a ser defendida na última sexta-feira, em Pemba, durante a conferência de imprensa concedida em conjunto com o Presidente do Ruanda, Paul Kagame.

 

Segundo Filipe Nyusi, embora existam desigualdades sociais no país, não se pode classificar Mocímboa da Praia como o distrito mais pobre de Moçambique e muito menos o nosso país o mais negligente do mundo.

 

“Moçambique é um país longo e grande, com mais de 2.800 Km entre Maputo e Rovuma e as assimetrias existem, porém, não se pode classificar Mocímboa da Praia, onde os ataques iniciaram, como o distrito mais pobre do país. A negligência existe, mas também não acredito que seja Moçambique o país mais negligente do mundo”, disse Nyusi, em resposta a uma pergunta colocada por uma jornalista da BBC.

 

Para Nyusi, é necessário compreender-se a dinâmica da região que está sendo afectada pelos ataques terroristas, de modo a se identificar as razões que ditaram da insurgência. “É uma zona já em franco crescimento, é uma zona onde já discutíamos oportunidades para a juventude, como é o caso do conteúdo local nos projectos de mineração e prospecção do gás natural. Portanto, aceitamos que existe uma dificuldade numa e noutra zona, mas acreditamos que podemos e devemos fazer muito mais para a juventude e as mulheres poderem prosperar”, disse.

 

“Já se avançaram várias razões sobre o terrorismo no nosso país, mas esqueceu-se que o terrorismo tem uma fórmula global e temos de ir à fórmula global para sabermos as razões da sua existência”, atirou a Estadista moçambicano.

 

Refira-se que a pobreza, as clivagens étnicas e religiosas, o desemprego e a exclusão social são apontadas como algumas das razões que ditaram o surgimento da insurgência na província de Cabo Delgado, uma das províncias mais pobres do país. Desde 2017, os ataques terroristas já causaram a morte de mais de três mil pessoas e perto de 900 mil já abandonaram as suas zonas de origem. (Abílio Maolela)

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