A organização da sociedade civil “Saber Nascer”, uma entidade que lida com iniciativas de humanização obstétrica, afirma que mais de 20 casos de violência obstétrica foram relatados no último trimestre na cidade e província de Maputo, onde somente dois casos (reportados no Hospital Provincial de Maputo e na Maternidade de Ndlavela) seguiram até às instâncias judiciais.
Os dados foram partilhados nesta quarta-feira pela organização, em Maputo, no lançamento da campanha nacional de prevenção e combate à violência obstétrica, denominada “Humaniza Moz”. De acordo com a organização, dos casos registados, sete culminaram com a instauração de processos administrativos, enquanto os restantes acabaram sendo arquivados por desistência dos utentes, devido à morosidade processual.
Perante o cenário, mais de 10 organizações da sociedade civil, que advogam a promoção e protecção dos direitos humanos das mulheres e raparigas, lançaram a campanha “Humaniza Moz” para pôr fim à violência obstétrica que tem estado a reduzir o número de partos institucionais, segundo relatou Eugénia Tsawo, representante da Direcção da Saúde da Cidade de Maputo.
Referir que a campanha “Humaniza Moz” visa ainda promover a humanização obstétrica em Moçambique, impulsionando o respeito e a valorização dos direitos das utentes dos serviços obstétricos, combater a violência baseada no género e impulsionar a justiça e protecção social. (Marta Afonso)