Um relatório de investigação publicado esta quarta-feira pelo Centro de Integridade Pública (CIP) sobre actividades realizadas nas unidades sanitárias das províncias de Maputo, Gaza, Nampula, Cabo Delgado e Zambézia denuncia a falta de reagentes para realização de exames laboratoriais nos hospitais públicos.
De acordo com o estudo, o facto foi também confirmado por utentes e técnicos de unidades sanitárias da cidade de Maputo, com destaque para os Hospitais Gerais de Mavalane, Chamanculo e José Macamo, assim como do Hospital Militar de Maputo.
“Destaca-se a falta ou défice crónico de reagentes essenciais para o rastreio e acompanhamento de doenças como a malária, a tuberculose, diabetes, dentre outras. A malária é uma das doenças que mais mata no país, sendo um dos principais problemas de saúde pública a nível nacional”, sublinha a organização.
Segundo o CIP, a falta de reagentes e de testes de confirmação nas unidades sanitárias não permite aferir, em termos reais, se os casos de malária e de tuberculose, por exemplo, estão a aumentar ou a diminuir numa determinada região e num determinado período.
De acordo com o estudo, a ruptura de stock é apontada como sendo um problema nacional, de acordo com os profissionais de saúde entrevistados pelos pesquisadores. “Verifica-se o envio tardio dos reagentes e de outros insumos de saúde. Do lado das lideranças do sector, foi apontada a entrada em funções de uma nova equipa de governação que procura garantir maior controlo dos processos de planificação, adjudicação e fornecimento de insumos médicos”, diz o documento, que aponta também a precariedade do sistema de armazenamento como outro factor que origina este problema. (Marta Afonso)