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sexta-feira, 28 janeiro 2022 04:02

Tempestade tropical ANA: 39 dias depois da sua inauguração, empresa chinesa que construiu a ponte sobre o rio Licungo chamada a intervir na sequência da queda da infra-estrutura

Inaugurada a 17 de Dezembro de 2021, a ponte localizada na região de Malei, banhada pelo caudal do rio Licungo, entre os distritos da Maganja da Costa e Namacurra, na província da Zambézia, e orçada em 915 milhões de Meticais, desabou na sequência da Tempestade Tropical Ana. 

 

Segundo apuramos, o empreiteiro escolhido para a sua construção foi a empresa de capitais chineses CRBC, que também esteve à frente da construção da ponte Maputo-Katembe.

 

Entretanto, com as fortes chuvas que se fizeram sentir nos últimos dias devido à Tempestade Tropical ANA, cinco metros da ponte recentemente inaugurada viriam a destruir-se, deixando o distrito da Maganja da Costa isolado e as viagens via terrestre mais distantes para os distritos como Mocuba e arredores.

 

A ponte considerada como uma importante infra-estrutura levou dois anos de trabalho e a mesma viria a desmoronar 39 dias depois da sua entrega (17 de Dezembro de 2021 – 25 de Janeiro de 2022).

 

A inauguração da ponte esteve a cargo do Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), João Osvaldo Machatine. No acto inaugural, Machatine disse que "todas as empresas nacionais foram unânimes em dizer que não estavam à altura de responder a este desafio".  

 

No entanto, nesta quinta-feira (27) parte dos técnicos da empresa CRBC começaram a verificar as formas de intervenção para resolver a situação que está a deixar mais de 156 mil pessoas sitiadas. Conforme "Carta" apurou de fontes do sector, o acordo entre o governo e a empresa CRBC prevê a garantia da manutenção e correções da infra-estrutura num período de quatro anos.

 

A queda da ponte, segundo Carlos Carneiro, administrador do distrito da Maganja da Costa, está a deixar as pessoas com mais dificuldades, uma vez que precisam de apoio. Na falta de vias de acesso seguras, as canoas são o meio adequado para evacuar a população em zonas sitiadas.

 

A par do desmoronamento da ponte sobre o rio Licungo, está também a ponte sobre o rio Revúboè, na província de Tete, que faz a ligação entre o Município de Moatize e a cidade capital da província.

 

A ponte custou cerca de 3,7 milhões de USD e funcionava há menos de dois anos, após os estragos registados em 2019 aquando da passagem do ciclone Idai no país. (OOmar)

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