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Juma Aiuba

Juma Aiuba

quarta-feira, 23 dezembro 2020 07:34

Se os que querem ajudar ajudassem apenas

Foi lançada uma campanha de angariação de fundos para ajudar o músico, produtor e empresário Bang que se encontra gravemente doente. O cartaz propagandístico mostra as modalidades e os requisitos do tal ofertório. Tem números de conta, NIBes, SWIFTes, Eme-Pesas, etecetera. Só não estou a entender uma coisa: por que é que as pessoas que têm vontade de ajudar estão a perder tempo em discutir sobre ética e solidariedade com as que não têm vontade de ajudar. O que é que as pessoas que querem ajudar ganham com isso? Evidentemente, nessa discussão quem ganha são os que não querem ajudar.

 

Por ser um acontecimento que está a acontecer no planeta Terra, há terráqueos que querem ajudar e há os que não querem ajudar. Isso é 'normal'. O que não é normal é os que querem ajudar gastarem o seu tempo a discutir com os que não querem ajudar. É isso que não entendo. Enquanto o Bang está a espera que a ajuda chegue a ele o mais rápido possível, os que têm vontade de ajudar estão a dar aulas de ajuda aos que não têm vontade de ajudar.

 

O normal seria, no meu ponto de vista, que os que querem ajudar ajudassem simplesmente e deixassem no seu cantinho os que não querem ajudar. Ou seja, eu pensava que os que querem praticar o bem só iriam praticá-lo de boa fé sem se importarem com nada. Pensava que os que querem apoiar o Bang só iriam transferir o dinheiro sem se preocuparem com os que não transferiram ou os que estão a maldizer o Bang.

 

A solidariedade não é discursiva, ela é prática. A empatia deve ser demonstrada pela ação. Ela deve ser praticada. A indiferença é não fazer nada. A insensibilidade é ficar de braços cruzados. Enquanto isso, a bondade é prática. Os bons devem ser bons pela prática. Ou seja, se os bons travarem guerra contra os maus, Bang estará a espera de ajuda até ao dia que a guerra acabar. A ajuda não irá chegar a família Bang, se os que querem ajudar pararem de ajudar para discutirem com os que não querem ajudar. O que a família Bang necessita neste momento é de ações práticas e concretas de apoio e não de sermões no cume dos Alpes.

 

Então, por favor, aconselho aos que querem ajudar o Bang a fazerem com a máxima urgência sem se importarem com os que não querem. É assim que o bem vence o mal: praticando e fazendo. Se os que querem ajudar ajudarem de boa fé sem se importarem com os insensíveis estarão de alma e consciência tranquilas. E é isso que importa.

 

Se você quer apoiar o Bang, então, faça a sua parte e durma tranquilo! Poupe-se desse evangelho desnecessário! Não discuta os motivos dos outros. O Bang está a espera do seu gesto. É tempo de ajudar e não de filosofias. Não é tempo de perceber os motivos dos outros nem de argumentar os seus. Quer ajudar, ajuda! Conhece alguém que não quer ajudar, isso é com ele. Não gaste o seu tempo tentando-lje perceber. Isso não vai ajudar muito. Em tempos de guerra não se limpam armas.

 

Então, você que quer ajudar o Bang já ajudou? Você que quer ajudar já transferiu alguma coisa para a família ou está apenas preocupado em mostrar aos que não querem ajudar que você quer ajudar?

 

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quarta-feira, 16 dezembro 2020 07:02

Senhores empresários, tenham uma boa votação!

Ainda ontem tive de dar uma resposta longa à uma pergunta de um primo meu que vive em Inhambane, que era: mas, primo, por que te interessam as eleições da Cê-Tê-A? Eu: ora, primo, nós fazemos parte de uma sociedade. Essa sociedade é composta por médicos, engenheiros, professores, chapeiros, banqueiros, estudantes, prostitutos, atletas, empresários, advogados, políticos, mukheristas, governantes, contabilistas, etecetera. Ou seja, é um corpo constituído por vários órgãos que devem comunicar e interagir, sem importância hierárquica entre si. Se um órgão falha, o resto não vai funcionar como deve ser. 
Engana-se, pois, quem pensa que eleições da Ordem dos Advogados devem interessar apenas ao doutor Timbana; da Cê-Ene-É, ao Muchanga; da Efe-Eme-Efe, ao Tico-Tico; da Cê-Tê-A, ao Salimo... Abdula, neste caso. Engana-se mesmo! Uma presidência da Cê-Tê-A arrogante não cria empregos seguros e, muito menos, empregados prósperos. Lembre-se que a estrutura do I-Ene-Esse-Esse (lá onde guardamos as nossas poupanças) é composta por pessoas oriundas da Cê-Tê-A. Aliás, o actual Pê-Cê-A do I-Ene-Esse-Esse é um empresário proposto pela Cê-Tê-A em cumprimento aos mandatos periódicos e rotativos. Sem contar que o sector privado emprega milhões de moçambicanos e participa daquelas negociações anuais do aumento de salário. É escusado dizer que a Cê-Tê-A é uma agremiação lobista da naipe empresarial nacional e um interlocutor válido e legítimo junto do governo. 
Então, primo, ainda pensa que Cê-Tê-A é coisa de malta Prakash, Kekobad, Buque, Vuma, Massinga e companhia? Quer queiramos quer não, a Cê-Tê-A faz parte das nossas vidas. Então, eu não gostaria de ouvir de novo que o presidente da Cê-Tê-A aconselhou o governo a não pagar décimos terceiros, a não promover progressões nas carreiras do funcionários, a não aumentar salários mínimos, etecetera. Não gostaria de ouvir de novo que um empresário levou as nossas já desnutridas poupanças para comprar seus aviões. Não gostaria de ouvir de novo que um empresário em comissão de serviço no I-Ene-Esse-Esse quer comprar bilhete turístico para a sua amante com o dinheiro que estamos a poupar com infernal sacrifício. Isso dói!
Eu até nem queria falar mais deste processo eleitoral. Mas, agora, com essa novidade que nos chega, segundo a qual um dos candidatos a presidência da Cê-Tê-A distribuiu cheques 'mal passados' que os bancos não conseguem engolir nem com água nem com vinho, podemos dizer que a casa caiu de vez. A ser verdade, é muito triste e constrangedor. Não conheço os estatutos da Cê-Tê-A, mas não acho razoável que um cidadão supostamente em conflito com a Justiça esteja a concorrer à presidência de uma instituição séria. Isso pode não ser bom para ele, mas também para o colectivo. Como é que os associados vão escolher um presidente que supostamente corre o risco de tomar posse na prisão. É bastante embaraçoso.
Resta saber se excelentíssimos senhores empresários estão interessados e engajados em mudar o rumo e a imagem da vossa casa. Se querem continuar a ser vistos como arrogantes e insensíveis. Se ainda preferem ser conhecidos como caloteiros, burladores e mafiosos. Se gramariam de ser dirigidos directamente da Bê-Ó. Sei lá, vocês é que sabem que pessoas podem melhorar o ambiente de negócios e a relação com os trabalhadores. Vocês se conhecem. A bola está do vosso lado.
Isto não é campanha. É observação. Depende de vocês, empresários, apenas! Nós 'os povos' estamos aqui dhuuuuu... a vos olhar. Tenham uma boa votação!
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segunda-feira, 14 dezembro 2020 06:35

O recado do mister Dário Monteiro

A vitória dos Mambinhas não é uma simples vitória. Ou seja, a seleção nacional sub-20 não venceu apenas a Taça COSAFA-2020. Os putos estão a mandar um recado aos moçambicanos e aos dirigentes desportivos deste país. É o mister Dário Monteiro negando claramente que é o nome da seleção que ganha. O mister e os seus pupilos estão a dizer aberta e publicamente que, no que tange ao desporto, Moçambique pode fazer muito mais, independentemente do animal que estiver a apadrinhar. 
 
 
Estes miúdos - os MAMBINHAS - não estão a trazer apenas uma taça, estão - isso sim - a trazer uma mensagem. Está aqui o argumento mais pragmático de que o problema do nosso futebol não tem nada a ver com o réptil ofídio rastejante, de corpo alongado, escamoso e cilíndrico, sem membros, de cabeça oval achatada e que muda de pele periodicamente com que a nossa seleção se identifica. O problema não é o nome MAMBAS nem MAMBINHAS. Nada a ver, gente! Isso é truque de avestruz.
 
 
O nosso problema já foi há muito identificado e fotografado e está no museu dos problemas nacionais desta Pérola faz tempo. O nosso problema é muito mais sério do que um simples desenho de serpente no peito das nossas camisolas. O nosso problema é a falta de investimento e o acentuado défice de seriedade governativa, no geral, e no desporto, em particular. O nosso problema é postergar o desporto ao último plano. O nosso problema é o desinteresse pelo desporto. Que seja Rinoceronte, King Kong, Dragão de Komodo, Chipanzé, Hipopótamo, Crocodilo, Leão, Parte Coco, ou sei lá, mas sem investimento e seriedade, nada feito. Se levarmos o desporto a sério, vamos ganhar, e os financiamentos e patrocínios virão abundantemente, nem que tenhamos no peito um apelido do quinto dos infernos.
 
 
Alicerçar as nossas derrotas à alcunha da nossa seleção é das mais puras e genuínas cobardias. É ver fantasmas onde não tem. Uma coisa é jogar e outra, bem diferente, é competir. Jogar, qualquer pessoa pode jogar. Basta ter saúde e uma bola. Agora, competir é muito mais do que isso. Competir é interessar-se e ter as bolas no lugar. É preparar-se. É organizar-se. A vitória prepara-se, a vitória organiza-se, como se diz no nosso glorioso e cinquentenário partido. Desporto de alta competição é coisa muito séria.
 
 
Então, dizia, a vitória dos Mambas sub-20 é um autêntico 'futseke' à pseudo-campanha do Rinoceronte que teve como protagonistas figuras do topo das nossas instituições desportivas. É um NÃO à fantochada e à paranóia. Sem exagero, esta vitória é um manguito do mister Dário Monteiro àqueles que pensam que a seleção deve ter um nome que vende para ter financiamento. É uma coronhada aos rinocerontistas. É, diga-se, uma bofetada sem mão do mister Dário ao Feizal Sidat e ao Gilberto Mendes. 
 
 
Vamos pôr a mão na massa e paremos de procurar bodes expiatórios! Vamos investir nesta geração de craques! Os miúdos ganharam contra tudo e todos. Ganharam contra as leviandades e os desleixos internos e contra os preconceitos e o desdém externos. Os putos ganharam tudo com COBRA no peito. Paremos de discutir não-assuntos! Paremos de debater o sexo dos anjos! Repito: o problema do nosso futebol não é o nome que a nossa seleção ostenta. Quem assim o diz é o mister Dário e os seus rapazes. É o recado.
 
 
Parabéns, miúdos! Parabéns, mister Dário! Continuem a negar o 'charlatanismo' desportivo! Continuem a fazer-nos acreditar que nós podemos mais! Viva Moçambique! O recado chegou. 
 
 
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sexta-feira, 11 dezembro 2020 05:50

Serviço Prisional Obrigatório

É assustador o que temos visto nos últimos anos. Presidentes, ministros, embaixadores, Pê-Cê-As, edis, directores, etecetera, no banco dos réus ou sendo citados em processos ou mesmo nas 'djelas'. Até já temos governantes gatunos nas cadeias da diáspora. Daqui a pouco ser gatuno vai ser um requisito essencial no Cê-Vê. Do tipo, ao candidato exige-se experiência profissional e prisional comprovada, onde os anos de cadeia serão mais importantes que o nível académico e a experiência profissional. 
 
Estamos a passos bem largos para uma fase em que, depois de tomar posse, o dirigente irá à penitenciária mais próxima para escolher a sua futura cela. Uma fase em que, depois da cerimônia, o empossado deverá reservar a sua cela e mandar decorar. Uma fase em que, no fim do mandato, o ex-governante irá sozinho se entregar à Polícia para evitar gastar toners e combustível do Ministério Público. Uma fase em que, durante o juramento de tomada de posse, o empossado deverá declarar quanto irá roubar durante o seu mandato. Uma fase em que cada empossado irá a cerimónia de tomada de posse com o seu advogado para negociar as condições da futura reclusão do seu futuro cliente.
 
Isto está demais! Prevejo que, assim como a vida militar, o país terá uma Lei do Serviço Prisional Obrigatório para regular a reclusão patriótica dos governantes. A declaração do Serviço Prisional Obrigatório será um documento de exigência obrigatória para concorrer a altos cargos da função pública. Depois de fazer a faculdade, trabalhar alguns anos e militar no partido, a pessoa tem de regularizar a sua situação prisional para ascender à uma posição relevante. Tem de provar que já foi acusado e julgado, e se provar que já esteve preso, melhor ainda.
 
Pois é! O ex-edil de Maputo, David Simango, vai hoje fazer o teste de aptidão física para regularizar a sua situação prisional. Talvez depois daí ele volte a ocupar outros cargos mais 'dignos'. A excelentíssima Victória Diogo, Secretária de Estado de Maputo, já foi recrutada e anda nos serviços notariais a autenticar os seus 'ducus'. Os testes são para breve. A outra excelentíssima, Elisa Zacarias, Secretária de Estado de Tete, está a fazer de tudo para regularizar a sua situação. Está a mostrar-se muito interessada e empenhada. Quer ser chamada.
 
Não é de estranhar! De resto, é uma prática que vem sendo consolidada desde os tempos do antigo Pê-Cê-A dos Aeroportos de Moçambique; que cumpriu o Serviço Prisional Obrigatório na cadeia civil e voltou como assessor sénior do Ministério dos Transportes e Comunicações. Enquanto isso, sem nenhum proveito, o povo vai cumprindo a sua pena reclusória nesta penitenciária a céu aberto chamada Pérola do Índico.
 
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quarta-feira, 09 dezembro 2020 06:18

Os cães do esposo da tia Isa

Convenhamos, pessoal, um cão que não sabe distinguir odores ninguém merece! Um cão que não sabe distinguir perfume de chulé é praticamente um 'dog' inválido. Na verdade, um cachorro que confunde cheiros não é digno de ser cão. 
 
Obviamente que um canídeo que não distingue fragâncias não serve para nada. Pior ainda quando é um cão da Polícia Canina em missão de serviço numa terminal digital dessas que andam por aí. Mais do que ter nariz grande é preciso ser inteligente, tanto que algumas empresas de desminagem estão a usar ratos farejadores por serem mais inteligentes e precisos. Ou seja, nesse trabalho de lamber botas não basta ser narigudo e cabeçudo.
 
Um rafeiro sem olfacto apurado fica confuso e ladra para qualquer transeunte. É o que aconteceu esta semana. O cão digital do esposo da tia Isa tentou atacar o meu colega Omardine. Mera confusão. Então, não é que o cachorrinho confundiu o jornalista Omardine Omar com um tal de Omardine Omar de Nampula! O mote da confusão foi que um cidadão de nome Omardine Selemane Omar fora notificado pela Segunda Secção do Tribunal Judicial de Nampula a pagar uma dívida de cerca de seiscentos mil meticais. Isso foi suficiente para o cãozinho latir noite adentro espalhando a falsa notícia de que o meu amigo Omardine Omar estaria sendo procurado pela Justiça. Longe de imaginar ele (o vira-lata) que o meu colega tem Zacarias no meio e não Selemane na certidão de nascimento. 
 
Ora, não é a primeira vez que os cães do tio Filipe mordem pessoas erradas. Isso não vai acabar bem. Há poucos meses amordaçaram o Dom Lisboa. Não lhes custa lançar nomes de pessoas de bem na lama. A pressa de agradar o seu dono está a ultrapassar os limites. A ansiedade pelo biscoito é demasiadamente alta. É preocupante.  
 
Tio Filipe, leve os seus cães ao veterinário com urgência! O pior defeito de um cão é confundir-se. Um cão que se quer cão não se pode dar ao luxo de morder uma pessoa errada. Um cachorro que preza a sua cachorrice investiga primeiro. Só late quando tem certeza. Não pode acordar o seu dono no meio da noite com um festival de latidos equivocados. Cão que erra não merece ser cão de ninguém. 
 
Camarada tio, avise os seus cães que a cachorrice é uma profissão digna. Que não se vulgarize o ser cão! Ser cão não é para qualquer cão.
 
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segunda-feira, 07 dezembro 2020 07:54

Os suplentes do Vuma

jumaa aiuba

Notei com certa curiosidade e estranheza que a lista de Agostinho Vuma tem candidatos suplentes, mas a de Álvaro Massinga não tem. Ou seja, a lista 'A' tem 4 pessoas na reserva e a 'Bê' não tem nenhuma. Para ser mais claro: a lista 'A' tem 15 elementos e a lista 'Bê' tem somente 11. Isto significa que Vuma está a jogar com 15 jogadores e Massinga, 11. 

 

Salvo melhor esclarecimento, em 2017, Vuma tinha suplentes na sua lista? Qual é a função do suplente numa lista concorrente? Por exemplo, as duas pessoas que estão na reserva no Conselho Directivo vão substituir o presidente eleito da Cê-Tê-A em caso de incapacidade? Já não serão os 'vices' a substituir o presidente em casos tais? Qual é a diferença entre os 4 vice-presidentes e os 2 suplentes do presidente?

 

É interessante notar que as figuras de suplente apareceram na lista de Agostinho Vuma num momento em que este foi abandonado pelos seus 4 'vices' e formaram uma lista adversária. Será que os dois suplentes do presidente Vuma, por exemplo, tem como objectivo antecipar-se aos casos de fuga dos seus 'vices'? É uma forma de garantir que, quando os 4 vice-presidentes fugirem, pelo menos restará com 2 suplentes e não estará completamente abandonado? 

 

Também não deixa de ser interessante que isto tudo ocorre num momento em que o actual presidente da Cê-Tê-A, que coincidentemente é o candidato da lista 'A', sofreu um atentado. Será que Vuma está tão traumatizado a ponto de pensar que, caso ganhe estas eleições, irá sofrer outro atentado e que deve haver suplentes para o substituir? Ou é mesmo aquela versão segundo a qual o Salimo é um dos seus 'vices' induzido pela ambição desmedida de poder? 

 

Por favor, peço uma 'exclaração' jurídica. Será que a última Assembleia Geral definiu que Vuma é o candidato mais vulnerável e que deve, por isso, ter uma equipa de reserva? Os suplentes do candidato Vuma conhecem os seus termos de referência? Sabem o que vão fazer nos próximos 4 anos? Ou vão passar a vida a rezar para que alguém fique incapaz para tomarem posse? Ou talvez aquela ideia de que temos de estar numa lista onde todos somos chefes, nem que seja 'chefe-sem-pasta'. 

 

Como se explica que Vuma esteja a jogar com 4 atletas a mais do que o seu adversário Massinga? Quid juri?!

 

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quinta-feira, 03 dezembro 2020 08:02

Tutu mafia' nas eleições da Cê-Tê-A!

A jogada suja que está a acontecer na Cê-Tê-A era previsível. Hoje, o Álvaro Massinga está a comer o pão que o Vuma - digo, que o diabo - amassou com rabo. Quessanias Matlombe que o diga! Há uma elite manhosa que não quer partilhar dividendos. 
 
Quem ousa desafiar a elite empresarial sai com o carácter assassinado e a imagem chamuscada. Não há ética naquele grupo. Ali vale tudo ou nada, o fim justifica os meios. Você está a falar com alguém e de repente a conversa já está nas redes sociais. Gente que parece civilizada invadindo privacidade alheia. Gente fina com algum poder de decisão em certa operadora de telefonia móvel mandando grampear celulares para ouvir e ver conversas alheias. 'Tutu mafia!'
 
Sim, vamos reprovar as ameaças de morte dos Bilas contra os Samu Gudos. É de todo condenável. Mas também há que fazer um exercício ético e moral para perceber como o áudio de uma conversa particular foi feito e partilhado em plena campanha eleitoral. A quem interessa? Estou certo que os próximos dias prometem muito jogo sujo.
 
Os processos eleitorais da Cê-Tê-A já foram mais pacíficos e harmoniosos. Não deixa de ser curioso que o índice de civilidade desta agremiação baixou bastante com a entrada em cena do empresário e deputado Agostinho Vuma. Há 3 anos, Vuma teve uma eleição extremamente turbulenta e suja. Hoje, a história se repete. Isso não é obra do acaso. 
 
Longe de mim acusar quem quer que seja, até porque não sou empresário. O meu interesse por processos eleitorais livres, justos e transparentes dão-me certa inquietação. O meu desejo é que um dia tenhamos consciência da democracia que pregamos. E isso é possível. Não é coisa doutro mundo. O empresário é a nata fina de uma sociedade. A nossa dignidade depende, até certo ponto, da imagem do nosso empresariado. Quando a própria associação de empresários se confunde com congregação de Parte-Cocos e Salimos da vida é o fim da picada. 
 
Isto não é um manifesto a favor ou contra quem quer que seja o candidato deste processo. Nada disso! É um desejo pessoal. Quando, na semana passada, eu pedia a manutenção do civismo e da convivência harmoniosa neste processo eleitoral da Cê-Tê-A é disso que me referia também. Evitar-se o assassinato de carácter e manipulação deliberada da opinião pública. Não nos dignifica. 
 
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quarta-feira, 02 dezembro 2020 05:56

Mas, como assim?!

Ouve cá, bradas: como é que uma empresa que devia pagar 3 milhões de Meticais mensalmente ao Estado paga apenas 120 mil e o beneficiário [o Estado] não descobre que foi pago menos do que devia? Como é que você recebe menos de 5 por cento do valor que espera receber e não se dá conta que recebeu menos do que esperava? Quer dizer... possas... isto está de qualquer maneira!!! 
 
 
Como é que uma multinacional que está a explorar recursos minerais num determinado país não canaliza devidamente os seus impostos ou taxas fixas e o próprio país não descobre? A Gindal pagava somente 120 mil Meticais dos 3 milhões que devia pagar e o Estado teve conhecimento 6 anos depois graças à uma auditoria da própria empresa. Mas, onde é que estamos, afinal?! 
 
 
Como é que pessoas simples conseguem falsificar documentos de pagamento de impostos de um megaprojeto como a Gindal? Mas, afinal, que sistemas de cobrança estamos a usar?! Que software é esse que não vê que 120 mil não são 3 milhões?! Que software é esse que não sabe dizer que de 120.000 para 3.000.000 faltam 2.880.000?! Uma aritmética da primária. Até o Excel mais básico consegue fazer isso! Estamos a brincar com coisas sérias! 
 
 
Duzentos milhões de Meticais desviados por meia dúzia de funcionários da A-Tê em 6 anos! Brincadeeeira!!! Que fragilidade é essa?! Que incompetência vem a ser essa?! Que buraco!!! Que rombo!!! Se, hoje, o Estado não tem capacidade para detectar que uma mega empresa estrangeira não paga as taxas por mais de um quinquênio, então, acabou o país! Estamos a perder tempo. Parece que não precisamos do Estado. Até os Australopitecos eram mais organizados do que nós. Voltemos ao Paleolítico, então!
 
 
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segunda-feira, 30 novembro 2020 06:36

Aos empresários eleitores da Cê-Tê-A

Eu espero, sinceramente, que aquele ambiente de civismo que marcou o dia da submissão das candidaturas seja, de facto, o ambiente realístico da Cê-Tê-A. Que aquela fineza dos mandatários das duas listas não seja apenas para sair bem na foto ou na tê-vê. Espero que o ambiente seja mesmo de paz e alegria. 
 
 
Espero que não haja candidato de primeira ou de segunda; de gema ou de clara. Que não haja lista que se auto-intitula mais legítima e mais original que a outra. Que não haja lista que persegue os apoiantes e simpatizantes da outra lista. Que não haja ameaças e nem intimidações. 
 
 
Espero que neste processo eleitoral não haja aproveitamento político. Apesar de ser de interesse de todos, que este processo termine dentro da agremiação e que não vá ser resolvido no partido. Que não haja candidato protegido pelo partido no poder que ponha em causa a simpatia político-partidária do seu adversário. 
 
 
Do fundo do meu coração, espero que estas eleições da Cê-Tê-A sejam livres, transparentes e justas. Que os apoiantes de cada lista estejam a fazê-lo de livre e espontânea vontade. Que não haja uma lista que recolhe 'cartões de eleitor' dos membros na calada da noite. Que não haja candidato que liga aos membros fazendo ameaças e prometendo consequências caso ganhe sem o seu apoio. Que se deixem os eleitores reflectirem em paz até ao dia da votação. Que cada um vote a sua consciência.
 
 
Eu juro que espero que não se perca a cordialidade que caracteriza os verdadeiros empresários. Quem tem contas a ajustar com Salimos ou Parte Cocos da vida que o faça lá fora da Cê-Tê-A. Que não traga as suas frustrações para este processo. Que não misture assuntos. Que não veja fantasmas onde não tem. 
 
 
Eu espero, efetivamente, que se mantenha o civismo. Que cada candidato conquiste o voto dos seus pares com a devida etiqueta de gente cultivada. Nada de jogo sujo. Nada de boçalidades. Nada de truques. 
 
 
A Cê-Tê-A é um espaço nobre (ou pelo menos devia ser!). É um espaço onde deve reinar o companheirismo. Um espaço onde cada um deve ser parceiro do outro. Onde o crescimento de um deve ser o crescimento do outro e o crescimento de todos. Ninguém conhece melhor os problemas da Cê-Tê-A do que os seus membros. Ninguém conhece melhor as soluções do que os seus membros. Ninguém conhece o melhor candidato do que os seus membros. 
 
 
Por isso, aproveitem estas duas semanas, antes do dia da votação, para fazerem uma reflexão profunda sobre onde estão e onde querem chegar. Perguntem-se se, hoje, estão no lugar que vos merece e que sonharam. Perguntem-se se foram capazes de discutir os assuntos que deviam discutir e da maneira que deviam discutir. Façam uma introspecção séria e honesta. Vocês se conhecem. 
 
 
Se auto-avaliem e votem de consciência tranquila! Repito: nada de trafulhices! Vocês são melhores do que isso. A propósito, aquele 'empresário' que queria usar as nossas poupanças para comprar bilhete turístico à Pemba para a sua amante foi visto como mandatário de uma das listas. Ai, se o povo votasse!
 
 
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quinta-feira, 26 novembro 2020 06:06

A única vez que Chang tentou ajudar

Voltemos um pouco no tempo. Era 2015. Não sei se vocês se lembram... quando Manuel Chang se candidatou à presidência da Federação Moçambicana de Futebol? Alguém se lembra? Pois é! Aquela deve ter sido a única vez na vida que Chang tentou nos ajudar e nós não entendemos. É preciso não esquecer que o elenco de Chang era composto por Tico-Tico, Arnaldo Salvado, Tony Gravata, Altenor Perreira, Cremildo Gonçalves, etecetera - verdadeiros homens do nosso futebol. E Chang foi o primeiro a apresentar candidatura naquelas eleições.

 

Pessoal, talvez o nosso futebol não estaria essa porcaria que é hoje. Talvez estaríamos muito avançados. Naquela altura, Chang já tinha roubado esse todo dinheiro que hoje se fala. O gajo estava cheio de tako. Estava 'chê-da-mola'. Chang já nos tinha enfiado abacaxi e queria gastar o dinheiro no futebol. Vai ver que era uma forma inteligente de nos fazer curativo! Talvez era a tão desejada vaselina.

 

Fomos muito atrapalhados! Nem quisemos ouvir as reais intenções do Chang. Com o dinheiro que Chang tinha naquela altura, talvez, hoje, teríamos um estádio olímpico para cada agregado familiar. Talvez a ideia de Chang fosse massificar de verdade o nosso futebol onde cada casa teria o seu próprio campeonato. E do jeito que aquele homem é mafioso, talvez hoje Moçambique já estaria no Mundial 2022 de Quatar a espera dos outros se qualificarem. Nós já estaríamos lá como co-organizadores e a vendermos bilhetes. Também acho que Nhangumele e Boustani já teriam levado a taça para Moçambique. As equipas só iam jogar por jogar. 

 

Irmãos, não aproveitamos o Chang! Naquela altura, Chang falava da necessidade de criação de um 'Observatório de Futebol' que se reuniria anualmente para decidir sobre os problemas do nosso futebol. Vejam só: 'observatório'! Coisa de ricos. Hoje, não estamos a jogar o Moçambola porque é capaz de chover... um dia desses. Pobrice! Provavelmente, hoje seríamos o país com mais bolas per capita. Chang já tinha notado que o maior problema deste país é a falta de bolas. 

 

Enfim, talvez a salvação do nosso futebol esteja ali nos calabouços dos nossos cunhados e nós aqui 'a se arrependendo' com malta Simango e Sidat. É isso: a única vez que Manuel Chang tentou nos ajudar mandamos o gajo pentear macacos - e ninguém tem coragem de falar disso. Talvez Chang não seja tão ruim assim. O desporto muda as pessoas. Talvez o futebol seja mesmo a paixão dele. Hoje, teríamos bolas, certamente! Caso para dizer que o nosso futebol está preso.

 

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