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quinta-feira, 31 março 2022 07:37

Empresários moçambicanos consideram lentas e insuficientes medidas de recuperação

A CTA - Confederação das Associações Económicas de Moçambique, maior agremiação patronal do país, considerou ontem lentas e insuficientes as medidas estatais tomadas para a mitigação das “crises” que têm afetado a economia do país.

 

“Existe no seio do setor empresarial a perceção de que estes programas, planos e estratégias não têm estado a ser implementados com a devida celeridade e eficácia”, declarou Agostinho Vuma, presidente da CTA.

 

Vuma falava na abertura da 17.ª Conferência Anual do Setor Privado (CASP), o maior encontro de homens de negócios em Moçambique.

 

As medidas tomadas pelo executivo para mitigar o efeito das diversas crises nas empresas e garantir a sua recuperação, crescimento e robustez são insuficientes, acrescentou.

 

Para a recuperação das empresas, o presidente da CTA defendeu o rápido pagamento das dívidas do Estado às pequenas e médias empresas e celeridade no desembolso do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

 

“Uma das formas de apoiar a fortificação das pequenas e médias empresas é o reforço da sua tesouraria”, destacou.

 

O dirigente empresarial assinalou que o setor privado tem “crédito avultado” devido ao fornecimento de bens e serviços ao Estado e o incumprimento nos reembolsos é responsável pela descapitalização das empresas.

 

A superação de constrangimentos de ordem logística é também um passo essencial para a revitalização do setor produtivo nacional, acrescentou Agostinho Vuma.

 

Vuma defendeu igualmente o aprofundamento do diálogo em torno de decisões com impacto nas empresas visando a salvaguarda dos interesses do setor produtivo e da economia.

 

O presidente da CTA observou que o tecido produtivo moçambicano foi atingido pelos efeitos combinados de covid-19, terrorismo na província de Cabo Delgado, norte do país, e desastres naturais.

 

“A nossa economia, que vinha crescendo a uma taxa média anual de cerca de 8% desde 1995, viu o seu processo de crescimento reduzir bruscamente para uma taxa média de 2,4% ao ano, a partir de 2016, tendo atingido uma variação negativa de 1,23% em 2020”, notou.

 

A CASP junta durante os próximos três dias em Maputo mais de mil pessoas, sob o lema “Acelerando as ações de recuperação económica do setor privado em Moçambique”.

 

Na conferência será apresentada uma carteira de negócios avaliada em 990 milhões de dólares (893,5 milhões de dólares), para os setores de agricultura, energias, turismo, infraestruturas de água e transportes.

 

O evento retoma este ano, após ter sido suspenso nos últimos dois anos, devido à pandemia de covid-19.(Lusa)

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