O Director do departamento de Rádio, Comunicações e Tecnologias na Autoridade Reguladora das Telecomunicações (ARECOM), Dário Tamele, defende a instalação de um satélite para a melhoria das telecomunicações, em Moçambique. A fonte entende que o Satélite garante maior conectividade e acesso aos serviços das Telecomunicações a preços baixos num país extenso e habitado por populações dispersas, sobretudo nas zonas rurais.
“Devido às características geográficas do nosso país, o cabo de Fibra Óptica não consegue cobrir todo o território. É que ela tem de atravessar uma montanha, um rio (…) e, para fazer face a isso, nós temos de encontrar tecnologias substitutas para conseguirmos oferecer o direito às telecomunicações àquelas pessoas localizadas em zonas muito remotas. Aí, o Satélite joga um papel muito importante”, disse Tamale.
Engenheiro no sector das Telecomunicações, a fonte explica que a vantagem do satélite está na fiabilidade e cobertura nacional, garantindo, em tempo útil, o sinal para diferentes tipos de serviços, desde a radiodifusão, serviços de educação à distância. Para Tamele, a tecnologia pode também suprir o défice de profissionais no sector da saúde, principalmente nas zonas rurais, ao garantir operações assistidas remotamente.
“O Satélite pode igualmente melhorar a agricultura mecanizada, pode ser usado em toda a cadeia dos transportes, desde marinhos até terrestres, na segurança. Pode também aprimorar a nossa capacidade de previsão meteorológica”, acrescentou.
Sublinhando ainda a vantagem da tecnologia, a fonte lembrou que após recentemente o ciclone Idai destruir a infra-estrutura das telecomunicações na Cidade da Beira, o que resolveu o “apagão” foi o Satélite. “Rapidamente foram colocadas antenas, disponibilizaram-se telefones de comunicação via Satélite para garantir a operacionalidade das equipas de salvamento e apoio das populações afectadas entre outras activadas”, disse.
Falando à margem da III Conferência Nacional das Telecomunicações, organizada pela ARECOM entre os dias 28 e 29 de Agosto passado em Maputo, Tamele disse que, dos poucos países em África, o Ruanda, que é relativamente menos extenso que o nosso, já possui Satélite que está a ser útil para implementar políticas de desenvolvimento em vários sectores, como agricultura.
A nossa fonte afirmou, porém, que a aquisição de um Satélite Geostacionário é muito caro. No entanto “temos de deixar de estar agarrados à ideia de Fibra Óptica, com o qual só conseguimos cobrir meia dúzia de pessoas, alguns distritos, excluindo aqueles cidadãos que vivem nas localidades e no interior”, observou a fonte.
Admitindo a possibilidade de o país não adquirir o engenho a curto prazo, Tamele disse, em contrapartida, que o Governo pode alugar alguns segmentos espaciais, tudo com vista a garantir maior conectividade e acesso, a preços baixos, a serviços de telecomunicações às populações.Dada a importância do Satélite nas Telecomunicações, a fonte disse que o assunto vai ser discutido na Conferência Mundial de Rádio e Comunicações que vai acontecer ainda este ano no Egipto.(Evaristo Chilingue)