Procuradores suíços abriram uma investigação sobre o escândalo de empréstimos de 2 bilhões de USD que levou Moçambique a uma crise de dívida externa, disse o Gabinete do Procurador Geral da República (OAG, Office of the Attorney General) na sexta-feira. "O OAG abriu um processo criminal em Fevereiro de 2020 por suspeita de lavagem de dinheiro em conexão com a concessão de empréstimos a empresas estatais em Moçambique", afirmou em comunicado por e-mail, confirmando uma reportagem do jornal Neue Zuercher Zeitung.
"Os processos criminais estão sendo conduzidos contra pessoas desconhecidas." O Credit Suisse foi um dos credores que ajudou a conceder os 2 bilhões de USD em empréstimos garantidos pelo Governo entre 2013 e 2016 para defesa costeira, frota marítima e pesca de atum. Mas centenas de milhões de dólares desapareceram, no que as autoridades norte-americanas alegaram ser um elaborado esquema de suborno.
Os procuradores suíços disseram que a sua investigação tem por base vários relatórios de actividades suspeitas (que recebeu do Gabinete de Comunicação de Lavagem de Dinheiro da Suíça), um pedido para assistência jurídica mútua de Moçambique (de 2018) e uma queixa criminal. O lobby suíço anti-corrupção Public Eye apresentou uma queixa criminal contra o Credit Suisse no ano passado. OAG reafirmou que, por enquanto, a investigação é contra pessoas desconhecidas. (Reuters)