A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reiterou, na última quinta-feira (11), que a operacionalização da cabotagem marítima, recentemente lançada pelo Governo constitui um ganho para a economia nacional.
Em conferência de imprensa, que visava partilhar os prejuízos no sector dos transportes em geral, o vice-Presidente do Pelouro de Transportes na CTA, Faruque Assubuje, sublinhou que a cabotagem marítima é fundamental para o desenvolvimento de transporte, sobretudo para a carga, facto que irá concorrer para a redução dos níveis de degradação das vias, redução dos acidentes de viação.
Membro da CTA, o empresário explicou que a operacionalização da cabotagem marítima acontece numa altura em que a Estrada Nacional Número 1 (EN1), que acolhe 46,05% de todo o tráfego rodoviário e que constitui o principal eixo de ligação entre as regiões norte, centro e sul, encontra-se sobre pressão na circulação de mercadorias e pessoas, para além de insegura, devido à tensão político-militar na região centro país, bem como ataques pelos insurgentes na Província de Cabo Delgado.
Perante esse cenário, uma análise da CTA sobre as vantagens dessa modalidade de transporte mostra que o país poderá obter vários ganhos com a reactivação da cabotagem marítima, por se tratar de uma modalidade que confere maior segurança, economias de escala, menor impacto ambiental, baixo nível de consumo de combustível, entre outras.
“A reactivação da cabotagem marítima irá, certamente, contribuir para a minimização dos custos de transporte de carga entre as várias regiões do País e aumentar a ligação entre os centros de produção e centros de consumo, bem como a melhoria da competitividade dos produtos locais em relação aos bens importados”, reiterou Assebuje.
O vice-Presidente do Pelouro de Transportes na CTA lembrou, na ocasião, que a implementação da cabotagem marítima é uma das reformas que a agremiação advoga há mais de sete anos.
Em termos de impacto provocado pela crise pandémica, no transporte marítimo, Assebuje referiu que o volume de negócios na área de agenciamento registou uma redução na ordem de 30% para o segmento de carga geral e chega a 48% para o segmento pesqueiro. Ainda assim, o empresário frisou que as empresas de agenciamento não reportaram casos de redução de trabalhadores, senão a suspensão de novas admissões e aplicação da rotatividade laboral. (Evaristo Chilingue)