A Montepuez Ruby Mining (MRM), empresa que explora rubis, em Namanhumbir, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, cancelou, em Junho último, um leilão daquela pedra preciosa, devido às restrições de viagem e proibição de grandes aglomerações impostas pela Covid-19. Aliás, a companhia diz haver incertezas para a realização do leilão agendado para Dezembro próximo.
Por causa da crise, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da MRM, Samora Machel Júnior, disse esta quinta-feira (23), em Maputo, que a empresa ainda não facturou um tostão sequer, desde o início do ano.
“No primeiro semestre do ano passado, a Montepuez Ruby Mining facturou mais de 50 milhões de USD e, infelizmente, até ao presente momento, ainda não tivemos facturação, ou seja, estamos longe de alcançar os números do mesmo período no ano passado”, disse o PCA da MRM.
Em conferência de imprensa, Machel Júnior acrescentou ainda que, devido às incertezas futuras provocadas pela crise, a empresa viu-se obrigada a cancelar um investimento avaliado em 25 milhões de USD para a construção da segunda estação de lavagem de minérios. Entretanto, assegurou que as despesas relacionadas ao Plano de Acção de Reassentamento vão continuar, com vista a chegar-se à ocupação da aldeia até Agosto de 2020.
Para prevenir a contaminação no seio laboral, o PCA da MRM disse que a empresa decidiu suspender algumas operações, com excepção das críticas que continuam, desde 22 de Abril passado, facto que afectou 60% de um total de 1.400 trabalhadores.
Ainda assim, sem precisar números, Machel Júnior disse que há um grupo de colaboradores da empresa infectados pelo novo coronavírus e que cumprem, neste momento, as recomendações das autoridades sanitárias.
O PCA da MRM salientou que a administração, segurança, manutenção e outros serviços continuam a garantir que a MRM esteja bem posicionada para retomar as operações normais, assim que for seguro e prático fazê-lo.
Para evitar o alastramento do vírus na comunidade, a empresa tem estado a apoiar um conjunto de iniciativas a nível local, distrital e provincial, para a prevenção da Covid-19. Particularmente, na recente mobilização de alfaiates do Posto Administrativo de Namanhumbir, para produzir 13.000 máscaras faciais para distribuição gratuita nas comunidades. (Evaristo Chilingue)