O transporte aéreo de pessoas e carga, no segmento doméstico, registou, nos últimos seis meses, uma queda drástica, devido ao impacto das restrições provocadas pela Covid-19. Dados publicados, em Agosto findo, pelo Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM) indicam que, de Janeiro a Junho, foram transportadas só 168.148 pessoas, número que representa uma queda de 38% se comparado com igual período de 2019.
No primeiro semestre ainda, as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), a Moçambique Expresso (MEX) e a Ethiopian Mozambique Airlines (EMA) transportaram, em 12 aeronaves, apenas 2.370 toneladas de carga diversificada, uma redução em 27% em relação ao primeiro semestre de 2019.
Segundo o IACM, de Janeiro a Junho, o número de viagens efectuadas por aquelas empresas também observou uma redução drástica. A autoridade de aviação nacional reporta que a LAM, MEX e EMA, em conjunto, realizaram 4.480 partidas, número que representa uma queda em 40%, em relação ao primeiro semestre de 2019.
Em relatório semestral, o IACM aponta três razões relacionadas à Covid-19 que contribuíram para esses resultados, nomeadamente, o primeiro Estado de Emergência decretado a 30 de Março passado, devido à pandemia da Covid-19, facto que levou ao ajustamento dos horários das companhias aéreas, devido à redução da procura dos serviços aéreos. Em relação ao transporte de carga, a nossa fonte relata que a diminuição se deveu não só à redução da procura, mas também à utilização de aeronaves com baixa capacidade para carga.
O facto é que quanto menor forem as viagens efectuadas, as pessoas e cargas transportadas menor também é a facturação das empresas. Mas, quando essas empresas deverão sair dessa crise? Uma análise recente (Julho) da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) prevê a retoma do tráfego aéreo de todas as companhias do mundo, em 2024, alegadamente porque a reabertura no mês de Julho, em alguns países, foi muito fraca, principalmente no seguimento do transporte internacional. Como consequência da crise, a Associação espera fechar 2020 com uma queda na demanda avaliada em 55% em relação a 2019, contra 46% da previsão pré-pandemia. (Evaristo Chilingue)