De um total de 80.7 mil empresas afectadas pela crise pandémica, apenas 8 mil se beneficiaram da linha de crédito de 500 milhões de USD para importação. O relatório é de um estudo levado a cabo entre Junho e Julho, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Que poucas empresas se iriam beneficiar do valor era expectável desde o anúncio em finais de Março passado. Com efeito, muitos empresários e economistas à beira da crise não esconderam as suas críticas às modalidades da linha de financiamento, mas a administração do Banco de Moçambique não deu o braço a torcer.
Entretanto, em meio às críticas, concretamente em Junho, lembre-se, o Administrador do Banco de Moçambique, Jamal Omar, disse em público que a linha de crédito não está a ser devidamente absorvida pela economia, pelo facto de os bancos comerciais terem liquidez (ou dinheiro em moeda estrangeira) suficiente para vender aos seus clientes.
Numa secção sobre os benefícios e facilidades concedidas pelo Estado, o estudo do INE, que visava medir o impacto da crise pandémica nas empresas que operam em todo o país, aponta que grande parte das empresas, 16.7 mil, beneficiou da suspensão de algumas obrigações tributárias e contributivas. A autoridade estatística constatou ainda que beneficiou mais empresas, em número de 12.2 mil, os créditos com taxas de juro bonificados ou garantias do Estado concedidos para mitigar os efeitos da crise.
Tal como o crédito do Banco Central, o INE anotou em estudo que beneficiou a menos empresas, apenas 8 mil, a facilidade de moratória de pagamento de juros e capital de crédito bancário. (Evaristo Chilingue)