Há mais de um mês que os serviços bancários não funcionam nos distritos de Nangade e Mueda, no norte da província de Cabo Delgado. As fontes desconhecem os reais motivos da não abertura dos balcões dos bancos comerciais naqueles pontos do país, porém, suspeita-se que o clima de insegurança seja responsável pela situação.
Segundo as fontes, o primeiro distrito a testemunhar interrupção na prestação de serviços financeiros foi o de Nangade, que viu o seu único balcão, pertencente ao BCI (Banco Comercial e de Investimentos), fechar as portas sem nenhuma comunicação. Depois seguiram-se os três balcões do distrito de Mueda, nomeadamente, do BCI, do Millennium BIM e do Absa Bank.
Em Nangade, as fontes contam que a situação se agrava devido à instabilidade da rede de telecomunicações da Vodacom Moçambique, o que não permite o uso, por exemplo, dos serviços financeiros oferecidos pela Vodafone M-pesa.
A situação faz com que os cidadãos sejam obrigados a viajar até aos distritos de Chiúre, Ancuabe e Montepuez ou mesmo até à cidade de Pemba para aceder aos serviços financeiros, em particular o levantamento de dinheiro.
Lembre-se que no assalto às vilas de Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Muidumbe e Palma, os bancos foram alvos dos terroristas, porém, o assalto à vila-sede de Palma é que trouxe à tona os “lucros” dos ataques terroristas, cujos beneficiários até então são desconhecidos.
Em Palma, por exemplo, estima-se que mais de 60 milhões de Meticais tenham sido roubados dos três balcões instalados, nomeadamente, do BCI, do Standard Bank e do Millennium BIM. Os militares acusam os terroristas por este saque, porém, fontes da banca apontam os militares como os responsáveis pelo saque. (Carta)