O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) está a co-financiar um dos maiores investimentos do sector privado em Moçambique, no valor de mais de 5 biliões de USD, no desenvolvimento de infra-estruturas regionais, através da construção do corredor ferroviário e do porto de águas profundas em Nacala, província de Nampula, para o comércio marítimo e acesso ao mercado.
Estas informações foram tornadas públicas, semana finda, em Vilankulo, pela Directora-Geral do BAD para a Região da África Austral, Leila Mokadem, falando durante a sessão de abertura da Conferência Crescendo Azul em nome do Presidente da instituição, Akinwumi Adesina.
Citada num comunicado, a que “Carta” teve acesso, Mokadem disse ainda que o BAD criou uma parceria com o Centro Global de Adaptação e lançou o Programa de Aceleração da Adaptação de África para mobilizar mais 25 biliões de USD e impulsionar acções de adaptação climática no continente, especialmente em países como Moçambique, um dos 10 países do mundo mais afectados pelas alterações climáticas, a fim de construir sistemas resilientes e auto-suficientes de adaptação e gestão de riscos, para evitar futuros desastres climáticos.
Em relação ao evento, a Directora-Geral do BAD para a Região da África Austral disse-se muito honrada em a instituição participar pela segunda vez no evento. “Continuaremos a ajudar Moçambique a libertar o potencial da Economia Azul na era pós-pandémica, apoiando abordagens de governação regional à resiliência costeira e à gestão das pescas transfronteiriças no Canal de Moçambique e na região do Oceano Índico, através do Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”, assegurou, Mokadem, citada pelo comunicado.
Além de participar da Conferência Crescendo Azul, Mokadem e Cesar Augusto Mba Abogo, representante do Banco em Moçambique, realizou uma reunião bilateral com a Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, para discutir a cooperação estratégica para desenvolver a economia azul.
Paralelamente, refere a nota, a Directora-Geral do BAD para a Região da África Austral e alguns funcionários do Banco mantiveram um diálogo de Alto Nível sobre o desenvolvimento do Norte de Moçambique, particularmente através da Estratégia de Resiliência e Desenvolvimento Integrado do Norte de Moçambique (ERDIN), a transformação do sector agrícola, o processo de revisão da estratégia de desenvolvimento económico para os próximos 20 anos (ENDE) e assuntos de estabilidade macroeconómica.
A nossa fonte refere ainda que a equipa liderada por Mokadem encontrou-se também com empresárias moçambicanas para discutir os desafios e oportunidades para o desenvolvimento do sector privado de Moçambique e a recuperação económica pós COVID-19, através das lentes das mulheres empresárias. (Carta)