O Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou um valor de 36 milhões de USD (pouco mais de 2 biliões de Meticais) para apoiar o Programa “Energia para Todos” em Moçambique, o qual irá beneficiar pessoas deslocadas e refugiados devido ao conflito em Cabo Delgado.
Um comunicado recebido esta quarta-feira (24) na nossa Redacção indica que o projecto irá contribuir para o aumento do número de ligações residenciais à rede eléctrica nacional, exportação de energia e melhorar a qualidade do abastecimento doméstico e regional.
O investimento será aplicado nas províncias da Zambézia e Nampula, em colaboração com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de forma a incluir pessoas deslocadas e o assentamento de refugiados de Maratane, como parte dos esforços para diminuir a lacuna entre ajuda humanitária e desenvolvimento no país.
“Este apoio visa mitigar desafios críticos relacionados ao desenvolvimento em Moçambique, e inclui a construção de um novo centro nacional de despacho que irá impulsionar as exportações de energia pela Empresa Pública nacional “Electricidade de Moçambique (EDM)”, acrescenta a nota.
Com o investimento, a nossa fonte sublinha que o objectivo é triplicar as exportações de energia, incorporando mais fontes renováveis, como solar e eólica, e atraindo mais fluxos de investimento, à medida que o fornecimento de energia doméstica e a estabilidade melhoram.
“A segunda componente do projecto beneficiará cerca de 49.000 pessoas, através de novas ligações residenciais como forma de apoiar o plano do governo de electrificar todo o país até 2030”, lê-se no comunicado.
O Representante Residente do BAD em Moçambique, Cesar Augusto Mba Abogo, é citado a afirmar que a aprovação do projecto pelo Conselho de Administração foi um marco significativo.
“O projecto irá contribuir para o plano do governo de fornecer eletricidade a todos os cidadãos moçambicanos até 2030, com particular atenção dada aos residentes da Província de Nampula, que acolhe pessoas deslocadas devido à violência generalizada no norte da Província de Cabo Delgado, bem como refugiados. Acreditamos que isto irá encorajar outros parceiros de desenvolvimento a apoiarem a iniciativa do Governo”, disse Mba Abogo, citado pelo comunicado.
Por seu turno, o Representante do ACNUR, Samuel Chakwera, destacou a importância do investimento, pois irá permitir “fazer ligações a preços acessíveis, tanto para pessoas forçadas a se deslocarem quanto para as comunidades anfitriãs, garantindo que a rede eléctrica de Moçambique atenda às necessidades do país como um todo, criando uma situação vantajosa e melhorando a condição de vida de todas as partes”.
A nossa fonte sublinha que o projecto incluirá também o apoio à adesão de Moçambique à Agência Africana de Seguros Comerciais (ATI) e a melhoria da saúde financeira da EDM. O projecto será co-financiado pelos governos da Suécia e da Alemanha por meio do Banco de Desenvolvimento Alemão KfW. (Carta)