Director: Marcelo Mosse

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Economia e Negócios

A Ncondezi Energy pretende iniciar no primeiro semestre de 2023 a exploração comercial do projecto de mina de carvão e central térmica com 300 megawatts de potência em Tete, província central de Moçambique, informou a empresa britânica em comunicado.

“Esta data faz parte de um novo calendário e programa de trabalho que foi agora ultimado com os potenciais parceiros estratégicos”, como sejam o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a estatal Electricidade de Moçambique, pode ler-se no documento.

O novo calendário prevê que os contratos de construção sejam adjudicados no primeiro trimestre de 2019, que os contratos de venda sejam assinados no primeiro trimestre de 2020 e o envelope financeiro seja alcançado no primeiro semestre de 2020.

O comunicado recorda que o governo de Moçambique pretende fazer com que em 2030 toda a população do país tenha acesso a energia eléctrica, objectivo que inclui a produção de 1350 megawatts em centrais alimentadas a carvão. (Macauhub)

A SIMO terá de desembolsar, para a implementação da solução Euronet, perto de 7 Milhões de USD, mais 2 Milhōes do que a BizFirst estava a cobrar para licenciar de forma vitalícia o software Bizswich, que estava na posse da Interbancos. Os 7 milhões de USD correspondem ao valor total do contrato proposto com a Euronet Worldwide e engloba “um licenciamento perpétuo, manutenção e suporte, implementação, bem como os custos de deslocação e hospedagem dos recursos da Euronet”. Os dados constam de um “memo” a que “Carta” teve acesso. O documento mostra, em detalhe, os contornos do caso e as opções avaliadas pela SIMO quando em Abril iniciou contactos com outros provedores do serviço.

A solução Bizswich esteve em funcionamento na Interbancos durante o período em que a instituição operou em Moçambique. No documento, a SIMO diz que o software fazia parte dos activos adquiridos com a aquisição da Interbancos. Quando a SIMO engoliu a Interbancos, ela assinou com a BizFirst uma adenda ao contrato de manutenção com validade até Junho de 2019. Mas essa adenda apresentava limitantes. O software só podia estar instalado nos servidores da Interbancos em Maputo e o SIMO só podia aceder ao Software se celebrasse com a BizFirst um novo contrato de licenciamento para a licença de utilização vitalícia do software no valor de 5 Milhões de Euros sem período de exclusividade. Opcionalmente, um acordo contemplaria uma licença de utilização vitalícia do software com período de exclusividade de 3 anos no valor de 2 Milhões de Euros.

Os gestores do SIMO não gostaram destas propostas e partiram ao ataque: encontrar um provedor alternativo. A busca começou em Abril. Por convite, foram contactadas a Progressoft da Jordânia, a  OpenWay da Rússia e a Euronet dos EUA. Durante os meses de Maio e Junho, a SIMO manteve discussões técnicas com as 3 provedoras. A empresa jordana exigia pouco mais de 1 milhão de USD para implementar a sua solução. A Open Way não apresentou nem proposta técnica nem financeira.

A solução Euronet começou a ser tratada em finais de Junho. No passado mês de Outubro houve viagens e workshops diversos onde a solução foi apresentada. A Euronet submeteu uma proposta técnica e financeira em finais de Outubro. A SIMO optou por esta proposta pois ela apresentava produtos ainda não implementados em Mocambique como é o caso do contactless. A SIMO também considerou positivo o facto de a Euronet apresentar serviços adicionais que o software da Bizfirst não apresenta, nomeadamente: certificação UnionPay (Acquiring e Issuing), certificação Mastercard Acquiring e Issuing), certificação Dinners (Acquiring) e certificação Amex (Acquiring). Por outro lado, em termos de terminais de pagamento ATM e POSs, a solução apresenta a funcionalidade de remote key load, fazendo com que as chaves criptográficas dos terminais possam ser carregadas sem custos de deslocação. A única desvantagem identificada foi que o preço do licenciamento e implementação era superior que o da Progressoft. Ou seja, o preço da Progressoft era estranhamente tão inferior. E a OpenWay nunca apresentou nada.

Ontem, “Carta” apurou que o Banco de Moçambique iniciou já contactos com a Euronet visando a sua contratação. Os contactos estão ainda numa fase preliminar mas confirmam o que o Governador do BM, Rogério Zandamela, foi dizer no Parlamento na semana passada: que estavam a caminho de Maputo consultores ligados a uma empresa, que não revelou, para estudar a alternativa ao apagão. Esse estudo já estava afinal em curso desde Junho. E, com a Euronet, só faltava a assinatura do contrato relevante. (Marcelo Mosse)

quinta-feira, 29 novembro 2018 03:00

FEIMA a “meio gás”

A Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia em Maputo (FEIMA) está, nos últimos tempos, a registar muita fraca afluência de clientes. A situação afeta perto de 400 expositores. Para estes, o problema deve-se a falta de publicidade dos produtos e daquele mercado de artes e artesanato. Alguns expositores dizem que ficam quase uma semana sem vender, o que compromete o seu negócio. António Ezembro, artesão e expositor na FEIMA, diz que, por falta de clientes, já acumulou uma dívida. "Se não consigo pagar ao Município pela ocupação das duas bancas, também me custa sustentar uma família de quatro filhos", queixou-se Ezembro, um homem na casa dos 50 anos. A publicitação não é o único problema que compromete o negócio dos artistas. A dificuldade na exportação de produtos de arte e artesanato é outro desafio. A legislação limita em 20 kg a quantidade máxima de circulação de objeto de arte ou artesanato. “Esta limitacão não nos favorece, pois afecta os clientes, principalmente estrangeiros”, lamentou Armando Jacob, artesão e também expositor na FEIMA. Criada a 10 de Novembro de 2010, a FEIMA esteve sob gestão privada até 2014, altura em que o Município de Maputo assumiu a direção. Face à crise, os artistas sugerem que o Governo Municipal deva publicitar os produtos, bem como o próprio local, como fazia a anterior gestão, que produzia cartazes e panfletos que eram distribuídos em aeroportos, hotéis e outros locais turísticos. (Evaristo Chilingue)   

A dívida pública de Moçambique deverá atingir 102,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano, sendo que a economia poderá registar um crescimento de 3,5%, informou a agência de notação de risco Fitch Ratings, no seu mais recente documento de análise à economia do país. Para 2019, a Fitch Ratings antecipa um crescimento económico de 3,7%. Os técnicos da agência afirmam no documento que “o défice orçamental vai chegar a 5,7% do PIB, que aumenta para 6,9% quando se consideram os pagamentos em atraso, sobe gradualmente para 7,3% em 2019 e 7,8% em 2020, reflectindo o ainda baixo crescimento e as pressões sobre a despesa devido ao ciclo eleitoral deste e do próximo ano e à descentralização, em 2020.” As previsões da Fitch Ratings indicam que “a dívida pública vai aumentar, atingindo um pico em 2022, quando o rácio entre a dívida e o PIB chegará a 119% devido a expectativas mais lentas de crescimento da economia e à consolidação orçamental limitada.”

Os maiores riscos, concluem os técnicos da agência, são “uma depreciação da taxa de câmbio mais rápida do que o esperado, défices mais elevados e atrasos nos grandes projetos de exploração de gás natural.” (Carta)

terça-feira, 27 novembro 2018 03:00

Vodacom e Movitel ganham espectro para 4G avançada

A Vodacom e a Motivel ganharam os canais disponíveis para que cada uma possa instalar a tecnologia de transmissão de dados 4G, na sua versão avançada. As três operadoras, incluindo a Mcel, foram comunicadas na sexta-feira pelo INCM (Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique) dos resultados do recente leilão lançado para o efeito. As duas primeiras adquiriram dois canais de frequência necessários para implantarem o serviço mais recente de transmissão de dados. A Vodacom e a Movitel podem agora pôr em marcha um o 4G avançado. A Mcel estará se atrasando nesta corrida para uma maior satisfação do consumidor. A Vodacom e Movitel ganharam quatro dos 5 lotes em disputa. O leilão para atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas de 800 Mhz, 1800 Mhz e 2.6 Ghz foi relizado no passado dia 25 de Outubro. Os preços bases de licitação eram de 15.000.000 USD (para as faixas de 800 MHz e 2.6 GHz) e 30.000.000 USD para a faixa de 1800 MHz.

O economista moçambicano que o FMI ofereceu ao Governo para dirigir o banco central, Rogério Zandamela, é tido como um “one man show”.  Raramente reúne os Conselhos de Administração (CA) do banco. O grosso das suas decisões são tomadas individualmente e faz também um “uso abusivo” do seu voto de qualidade enquanto governador. Esta é a súmula de uma caracterização da atuação de Zandamela, partilhada à “Carta”.  O nome de Zandamela esteve no centro do debate público na semana passada por causa da sua gestão errática do apagão do sistema financeiro nacional. Uma contestação contra a atuação do governador ganhou corpo. Quatro destacadas organizações da sociedade civil local exigiram a sua demissão.