No entanto, seu conteúdo não vincula a empresa.
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Sempre ouvi que em Moçambique existem corruptos e corruptores; que a corrupção é um cancro que abala todo sistema; que existem altos quadros do Estado detidos e com a imagem linchada em todos cantos do mundo. Que Moçambique é um dos líderes supremos do Grupo Dez (G10), a tropa dos mais corruptos do mundo, a tropa com blindados de corrupção.
Facto é que num belo dia quando Joaquim Antero exercia o cargo de assessor de direcção, numa organização vocacionada ao ensino-aprendizagem, recebeu uma ilustre visita de três inspectores da Autoridade Tributária (AT). Na auditoria simulada, pelos inspectores da AT, milhões de meticais voaram. Mas antes houve um baile de ameaças. Ameaças de detenções e juras de que a empresa e mais de 170 trabalhadores seriam evacuados para as ruas com as mãos cheias de nada; disseram ainda que o patronato iria ser enclausurado por fuga ao fisco, branqueamento de capitais/lavagem de dinheiro e outros crimes económicos.
Naqueles dias, a instituição viveu no meio de uma ginástica de cariz olímpico, onde a matrona da instituição passou os dias chorando e com o medo de ser detida e ver um investimento de uma vida desmoronar por razões obscuras. Embora a tal auditoria tivesse sido rotineira e antes do tempo estipulado legalmente, a mesma acabou por se tornar num meio de demonstração de como se arranca dinheiro de instituições sem se deixar pistas.
Foram dias tenebrosos. Em cada reunião choviam ideias e pensamentos sinistros. Tudo foi colocado na mesa. A ideia dos inspectores era encaixar 10 milhões de meticais numa tacada. Mas a coisa não foi tão fácil assim. O assessor, Joaquim Antero teve que mostrar as suas habilidades. Entrou a Lei das intimidações. Surgiu a ideia de levar o caso ao Ministro Maleiane.
Afinal, estava-se perante um saque agressivo. Os inspectores accionaram outras frentes e descobriu-se que era uma encomenda de um "chefe grande" da casa dos impostos. As ideias de Antero ditaram que a empresa não aceitasse, de imediato, a sanha vampírica dos inspectores. Dada a não cedência da parte intimidada, os chefões acabaram por reduzir o valor para a metade dos 10 milhões de meticais planificados no golpe, em pleno período festivo de 2016 - Dezembro. Pensou-se em levar o caso às autoridades judiciais, mas o advogado da instituição explicou que devido às irregularidades detectadas pelos auditores, a coisa estaria feia para a instituição.
Na guerra das ameaças e alastramento dos dias, a tensão subiu e os homens foram cedendo, até que o valor chegou a casa de um milhão de meticais em dinheiro vivo. Era uma mega-operação de saque e de sabotagem de uma empresária que durante anos lutou duramente para fazer crescer o seu negócio e formar gerações de meninos e meninas de diferentes cantos da Matola, Boane e cidade de Maputo - a quem apelidava-os de "campeões". O golpe tinha um faro interno. Membros da casa é que queriam "as verdinhas", mas devido à dureza de alguns, a mola toda acabou ficando com os inspectores da AT.
No dia do saque, o homem enviado para levar o valor, chegou num horário laboral nobre e de muita pressão - 15 horas, faltando 30 minutos para o encerramento dos escritórios. Sem papas na língua e num tom agressivo. O homem trazia documentos na mão, entre eles, um auto de notificação ou denúncia caso houvesse algumas reticências naquela hora. Pendurados na parede. Não houve saída, passou-se o cheque e foi-se ao banco sacar aquele dinheiro TODO que engordou as contas dos já bem abastados funcionários da AT e as irregularidades foram retiradas, mas empresa passou a pagar uma taxa mensal de um imposto (ou pagamento de o quê), na altura nem eles conseguiram explicar... Mas o facto é que mensalmente 150 mil meticais eram depositados numa conta bancária supostamente gerida pela "casa dos impostos"...Veja só como a máfia mama nas tetas das empresas e do Estado…!
A história é real e foi escrita com base num episódio que aconteceu a quatro anos numa instituição de ensino privado na Matola. Texto escrito no âmbito do dia internacional de combate a corrupção, celebrado anualmente à 09 de Dezembro.
Filipe Nyusi surpreendeu bastante ontem. Para celebrar o Dia Mundial de Luta contra a Corrupção, ele escolheu como tema a corrupção no desporto. Incrível! Num país em que o desporto produz quase nada para o PIB e sobrevive de quinhentas de caridade (e logo, as transações corruptivas no sector movimentam também quinhentas; e, ainda por cima, o enfoque do Presidente foi a manipulação de resultados e não uma certa corrupção na economia do desporto centrada nas negociatas de terrenos, nunca investigadas pela justiça, ou seja, completamente impunes!), cremos que Filipe Nyusi só escolheu esse tema porque ele é um aficcionado do futebol. Mas, como Presidente da República, ele devia ter tocado na ferida. E falado do que realmente conta. Do procurement público. Dos concursos falaciosos. Sobretudo agora com os ajustes directos dos fundos do Covid 19, um festança em curso.
Mas não! Ele preferiu assobiar para o lado, brincando no futebolês. Em Moçambique Andamos a fingir que controlamos a corrupção. E agora que a reacção penal prendeu meia dúzia de ex-ministros (nalguns casos para prosseguir sua investigação, embora não haja risco de fuga nem perturbação da investigação, como no caso do Eng. Paulo Zucula) andamos a cantar vitórias. Mas não há como cantar vitórias com presos preventivos.Não! Quantos condenados de verdade por corrupção temos por detrás das grades? Contém! Onde está a Setina Titosse? E os nossos dignos diplomatas? E para onde regressou o senhor Cambaza.
A grande corrupção está aí, incólume. Os concursos públicos são um cancro. Ninguém quer abordá-los porque eles são a interface da relação promíscua entre política e negócios. É lá onde os governantes amealham suas rendas, decidindo a favor de quem paga mais. Corrupção no desporto? Não, isso não é assunto, Senhor Presidente.
O Presidente disse também que a corrupção não compensa! Em Moçambique? Apontem um único caso de grande corrupção com condenado na cela. Nenhum! Está todo o mundo amealhando protecção política de um regime que se financia na corrupção a troco da garantia de impunidade dos homens de colarinho branco que controlam a UGEAS. Duvidamos que não compense!
Mas corrupção no desporto mesmo?! Isso são "peanuts", senhor Presidente.
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Notei com certa curiosidade e estranheza que a lista de Agostinho Vuma tem candidatos suplentes, mas a de Álvaro Massinga não tem. Ou seja, a lista 'A' tem 4 pessoas na reserva e a 'Bê' não tem nenhuma. Para ser mais claro: a lista 'A' tem 15 elementos e a lista 'Bê' tem somente 11. Isto significa que Vuma está a jogar com 15 jogadores e Massinga, 11.
Salvo melhor esclarecimento, em 2017, Vuma tinha suplentes na sua lista? Qual é a função do suplente numa lista concorrente? Por exemplo, as duas pessoas que estão na reserva no Conselho Directivo vão substituir o presidente eleito da Cê-Tê-A em caso de incapacidade? Já não serão os 'vices' a substituir o presidente em casos tais? Qual é a diferença entre os 4 vice-presidentes e os 2 suplentes do presidente?
É interessante notar que as figuras de suplente apareceram na lista de Agostinho Vuma num momento em que este foi abandonado pelos seus 4 'vices' e formaram uma lista adversária. Será que os dois suplentes do presidente Vuma, por exemplo, tem como objectivo antecipar-se aos casos de fuga dos seus 'vices'? É uma forma de garantir que, quando os 4 vice-presidentes fugirem, pelo menos restará com 2 suplentes e não estará completamente abandonado?
Também não deixa de ser interessante que isto tudo ocorre num momento em que o actual presidente da Cê-Tê-A, que coincidentemente é o candidato da lista 'A', sofreu um atentado. Será que Vuma está tão traumatizado a ponto de pensar que, caso ganhe estas eleições, irá sofrer outro atentado e que deve haver suplentes para o substituir? Ou é mesmo aquela versão segundo a qual o Salimo é um dos seus 'vices' induzido pela ambição desmedida de poder?
Por favor, peço uma 'exclaração' jurídica. Será que a última Assembleia Geral definiu que Vuma é o candidato mais vulnerável e que deve, por isso, ter uma equipa de reserva? Os suplentes do candidato Vuma conhecem os seus termos de referência? Sabem o que vão fazer nos próximos 4 anos? Ou vão passar a vida a rezar para que alguém fique incapaz para tomarem posse? Ou talvez aquela ideia de que temos de estar numa lista onde todos somos chefes, nem que seja 'chefe-sem-pasta'.
Como se explica que Vuma esteja a jogar com 4 atletas a mais do que o seu adversário Massinga? Quid juri?!
- Co'licença!
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