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segunda-feira, 18 julho 2022 06:49

TotalEnergies vai importar combustíveis quatro vezes mais caro

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A Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) adjudicou, há dias, a Totsa, subsidiária da empresa francesa TotalEnergies, o contrato de importação e fornecimento de diversos combustíveis ao país, de Agosto a Outubro de 2022. A Totsa destacou-se no último concurso ao propor menor preço de importação de produtos petrolíferos em cerimónia de abertura de propostas de um concurso, havido a 15 de Junho de 2022.

 

De acordo com os resultados do último concurso, a TotalEnergies vai importar combustíveis ao país quatro vezes mais caro em relação ao anterior importador, a Independent Petroleum Group (IPG), do Kuwait, cujo contrato de seis meses terminou em Junho passado. Em causa está a crise de combustíveis no mundo decorrente do conflito Rússia-Ucrânia. 

 

A TotalEnergies vai ser mais cara porque, da análise aos resultados do último concurso, constatou-se que a média do prémio (conjunto de frete marítimo, seguro, entre outros aspectos), para a importação das cinco propostas feitas pelas empresas concorrentes, é de 180,30 USD por Tonelada Métrica (TM), contra uma média de 44.93 USD por TM do último concurso realizado em finais de 2021 e ganho pela referida IPG em que sete empresas apresentaram propostas.

 

Fora a média, do ponto de vista dos preços propostos, entre o mínimo e máximo, o custo da próxima importação também quadruplica. No último concurso, o preço mínimo foi de 146.37 USD por TM, preço que é quatro vezes maior que 35.62 USD por TM (preço mínimo) do concurso anterior. O preço mais alto proposto no último concurso foi de 256.04 USD por TM, cinco vezes maior que os 41.64 USD por TM, valor mais elevado proposto no concurso anterior.

 

Dados da IMOPETRO indicam que, se antes da crise mundial eram necessários entre 60 a 80 milhões de USD mensais para importar combustíveis, actualmente a entidade precisa a cada mês de 200 milhões de USD.

 

Por consequência do agravamento da crise, o último concurso foi menos apetecível às empresas que operam no sector. Ou seja, das sete empresas que compraram os cadernos de encargo, apenas cinco apresentaram propostas. Ora, no concurso anterior oito empresas compraram os cadernos, mas só uma é que não apresentou proposta do preço de importação de combustíveis.

 

Das cinco companhias, a Totsa destacou-se ao propor importar, cada TM, a um prémio de 146.37 USD em média, contra um preço de 149.63 USD proposto pela Vitol, 158.48 USD proposta da Augusta Energy, 191.02 USD por Glencore Energy e 256.04 de USD por TM proposto pela Trafigura.

 

O preço mínimo não é o único requisito para ganhar o concurso, a Comissão de Aquisição de Combustíveis Líquidos avalia também outros pressupostos, como a capacidade técnica para a importação. Entretanto, como tem sido apanágio, ganha sempre a empresa que menor proposta de preço apresentar. Foi o que aconteceu com a TotalEnergies.  

 

A TotalEnergies deverá importar, nos próximos três meses, 575,000 TM que cobrirão Agosto a Outubro próximos, contra 1.190.000 TM de diversos combustíveis importados pela IPG para sete meses. Refira-se que, uma vez importados, em Moçambique, os combustíveis são distribuídos por perto de três dezenas de gasolineiras filiadas à IMOPETRO. (Evaristo Chilingue)

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