A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), que junta os bispos católicos do país, considera que o custo de vida continua a arrastar para a pobreza extrema homens e mulheres já sofridos, que vêm enfrentando um verdadeiro martírio para colocar o pão na mesa.
“Certamente muitas são as causas assinaladas para isso: a crise provocada pelas ditas dívidas ocultas, as mudanças climáticas, as medidas restritivas para a prevenção da Covid-19 e, agora, a guerra na Ucrânia”, observa a CEM.
“No nosso país, apesar de sermos uma única família, as desigualdades sociais e económicas estão a criar uma brecha profunda. Por um lado, temos uma maioria empobrecida que nem o básico tem para sobreviver”, afirmam os bispos católicos moçambicanos, numa nota pastoral.
A CEM avança que a Tabela Salarial Única (TSU) que expressa o desejo de uma maior equidade, se não for bem gerida pode levar a convulsões sociais e exasperar o sentimento de desigualdade e injustiça.
No documento, os religiosos afirmam que, sem a distribuição equitativa e justa de recursos e oportunidades e sem uma real inclusão social, a paz e a coesão social estarão sempre ameaçadas. “Nenhuma paz sobrevive a exclusões e a injustiças sociais”. (Marta Afonso)